Pouco mais de dois milhões de pessoas no Brasil vivem hoje sob risco de despejo
Entre elas, 425 mil são crianças e 327 mil, idosos.
Os dados são de levantamento da Campanha Despejo Zero, um movimento que foi lançado em 2020 e reúne mais de 175 organizações, movimentos sociais, defensorias públicas e associações de magistrados.
Os cálculos apontam que, atualmente, 2,1 milhões de pessoas, ou 437 mil famílias, estão hoje sob ameaça de remoção forçada no país.
Nos últimos cinco anos, mais de 62 mil famílias já foram removidas de suas casas, e outras 107 mil tiveram ordens de despejo suspensas.
O estado mais afetado é São Paulo, com quase 160 mil famílias ameaçadas e 20 mil despejadas desde 2020.
Pernambuco e Amazonas aparecem em seguida, com cerca de 40 mil famílias cada. A principal justificativa é a reintegração de posse, mas também pesam obras públicas, áreas de risco e até ações ligadas ao crime organizado.
O estudo ainda destaca o perfil das pessoas mais atingidas: 66% são negras, 62% mulheres e 75% são pessoas de baixa renda. A maioria vive em áreas urbanas e nas regiões Norte e Nordeste, onde o déficit habitacional é mais grave.
A Campanha alerta, inclusive, que o Brasil tem mais de 26 milhões de casas em condições inadequadas e enfrenta um déficit de 6,2 milhões de moradias.