Novas onças-pintadas avistadas: votação para escolha de nome acaba nesta segunda-feira (29) em MT

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São três onças-pintadas fêmeas, uma mãe e suas duas filhotes , avistadas numa área camuflada. As sugestões de nomes têm referências na etnia Bororo, elementos da natureza e expressões do linguajar pantaneiro

A votação para escolha do nome das três novas onças-pintadas avistadas na Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil (RPPN) localizada em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, encerra na próxima segunda-feira (29).

O voto pode ser feito nas redes sociais do Sesc Brasil e Sesc Pantanal.

Atualmente a reserva possui uma população de 39 onças-pintadas, identificadas por câmeras espalhadas na reserva.

As cenas capturadas por uma das 165 câmeras da pesquisa de grandes felinos realizadas na RPPN mostram a interação familiar, que inclui amamentação e brincadeiras entre mãe e filhas e também entre os filhotes.

As sugestões de nomes também fazem referência a elementos da natureza e a expressões típicas da cultura pantaneira. O público poderá acessar o Instagram do Sesc Brasil ou do Sesc Pantanal e optar entre duas escolhas de nome para cada um dos animais:

  • Para a mãe, as opções são Boe (referência à etnia Boe Bororo) ou Aurora (significa claridade que aponta o início da manhã, antes do nascer do Sol, horário em que as onças foram avistadas);
  • Para a primeira filhote fêmea, Celeste (nome “relativo ao céu”, que transmite a ideia de beleza, pureza e serenidade) ou Rosa (“Cidade Rosa” é o apelido do município de Poconé, e faz referência aos ipês-rosas e à cor dos prédios de seu centro histórico);
  • Para a segunda filhote fêmea, Flor de Piúva (nome popular do ipê-roxo, árvore conhecida pela bela floração e importante alimento para as aves da região) ou Tchuva (palavra chuva no linguajar poconeano, que utiliza a letra T no início de algumas palavras e que foi sendo moldada pelas línguas dos povos indígenas locais);

As onças da reserva

Os animais são monitorados de forma contínua, por meio da pesquisa de longo prazo realizada pelo Polo Socioambiental Sesc Pantanal em parceria com instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Grupo de Estudos em Vida Silvestre (GEVS) e o Museu Nacional.

A pesquisa busca entender o uso do espaço pelas onças-pintadas e contribuir com a conservação dessa espécie, vulnerável à extinção. Por se trata de um predador no topo da cadeia alimentar, sua presença indica a qualidade ambiental da Reserva.”Proteger a onça e o Pantanal significa também proteger serviços ambientais que sustentam a vida humana, como a produção de água potável, a agricultura e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas” diz Alexandre Enout

A pesquisa também é realizada com o auxílio de guarda-parques e auxiliares de parque da RPPN, pantaneiros que nasceram e vivem até hoje na região, e conhecem profundamente os ciclos de seca e cheia, as trilhas naturais e os sinais da fauna local.

Além das mais de 300 publicações científicas realizadas na RPPN em quase três décadas, são realizadas na área de 108 mil hectares atividades de ecoturismo, educação ambiental, restauração florestal, desenvolvimento comunitário e atividade de Manejo Integrado do Fogo (MIF).