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ONU prepara reprimenda a Trump por ataques a Moraes e ao Brasil em meio à assembleia geral

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Em meio à assembleia geral das Nações Unidas, que teve início nesta quarta-feira (9) em Nova York com o tema “Melhores Juntos”, a relatora Especial da ONU sobre a independência de juízes e advogados, Margaret Satterthwaite, prepara uma reprimenda denunciando a ingerência de Donald Trump no Brasil ao levantar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação em julgamento sobre a organização criminosa golpista de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo apuração do jornalista Jamil Chade, em sua coluna no portal Uol, a relatora da ONU já teria terminando a denúncia que acusa Donald Trump de violações do direito internacional e da soberania dos países nas ações movidas contra o Brasil.

Margaret deve citar a carta em que Trump condiciona o fim da sanção, de 50% sobre os produtos brasileiros, à suspensão do julgamento de Bolsonaro e sua quadrilha pelo Supremo.

O documento estaria sendo revisado por partes brasileiras e pode ser divulgado nos próximos dias, antes da semana de Alto Nível, a partir do dia 22, quando chefes de Estado, incluindo Lula, estarão em Nova York para os tradicionais discursos na Assembleia Geral da ONU.

Como de costume, Lula deve abrir o evento, no dia 23 de setembro, sendo o primeiro a discursar. Em sua fala, o presidente brasileiro deve traçar um cenário global com ameaças à democracia diante do recrudescimento da ultradireita neofascista e mandar recados a Trump, principal articulador do movimento.

Segundo Chade, a ação se deu após uma comunicação feita pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos, presidido por Charelene Borges. A iniciativa da medida foi da Comissão de Litigância Estratégica do CNDH, coordenada pelo conselheiro Carlos Nicodemos.

Advogado, Nicodemos é conselheiro do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e integra o Movimento Nacional de Direitos Humanos. Em artigo recente, o brasileiro afirma que Trump está “jogando o multilateralismo no abismo, caminha com passadas largas para recuperar o modelo de relações internacionais entre os países no qual, manda quem pode, obedece quem tem juízo, de sobrevivência”.

“O mandatário norte americano atravessou a fronteira e abriu mundialmente o tabuleiro do War e lançou os dados para instituir uma nova ordem mundial com a ruptura do multilateralismo e a instituição de práticas multipolares, especialmente contra países emergentes como o Brasil”, diz Nicodemos.

Segundo ele, esta nova ordem “despreza organismos como a Organização das Nações Unidas (ONU), Brics, Mercosul, Organização dos Estados Americanos (OEA), OMC – Organização Mundial do Comércio e traz como estratégia de operação em relações bilaterais, a prevalência do capital na ordem de interesses, mesmo que tenham contornos de questões políticas e culturais”.

Fonte: Revista Fórum

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