Taxa de visto de US$ 100 mil de Trump gera confusão e caos

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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos; na foto, durante agenda oficial no Reino Unido Foto: Leon Neal/Pool Photo via AP

Bancos de Wall Street e empresas de tecnologia, grandes e pequenas, correram no sábado para entender como suas dezenas de milhares de funcionários seriam afetados pela determinação do presidente Donald Trump que impõe uma taxa de US$ 100 mil para vistos concedidos a trabalhadores estrangeiros qualificados.

A mudança provocou imediata confusão sobre as regras exatas e como seriam aplicadas. Pouco depois de Trump assinar a determinação na sexta-feira, 19, funcionários da Microsoft, Amazon e JPMorgan receberam avisos orientando aqueles com vistos H-1B que estivessem fora dos Estados Unidos a retornar antes das novas regras entrarem em vigor, à 00h01 deste domingo, 21.

O governo Trump tentou reduzir a confusão no sábado, 20, afirmando que a taxa se aplicaria apenas a novos solicitantes, e que renovações e os atuais portadores de visto não seriam afetados. Em uma publicação nas redes sociais, a Casa Branca disse que a mudança “não impactará a capacidade de nenhum atual portador de visto de viajar de/para os EUA.

Ainda assim, muitos executivos, diretores jurídicos e departamentos de recursos humanos, assim como seus advogados de imigração, preferiram agir com cautela durante o fim de semana. Diversas empresas e advogados recomendaram que os trabalhadores retornassem aos Estados Unidos o quanto antes. Muitos permaneceram atentos às contas da Casa Branca nas redes sociais em busca de esclarecimentos relevantes.

Bernhard Mueller, copresidente do grupo de prática de imigração do escritório Ogletree Deakins, disse que foi inundado por ligações de executivos e membros de conselhos corporativos sobre as novas regras e como comunicá-las aos funcionários. “Há muitos pontos de interrogação em torno disso”, afirmou no início do sábado. “Ainda estamos voando em condições um tanto nebulosas.

No fim do sábado, o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS) emitiu um memorando reforçando que a determinação de Trump se aplicava “prospectivamente a petições que ainda não foram protocoladas”.

Ainda assim, a mudança de política representa uma reformulação significativa na forma como os Estados Unidos distribuem os chamados vistos H-1B. Esses vistos, que desempenham um papel crucial para que empregadores preencham vagas na indústria de tecnologia e em outros setores, estão no centro de um intenso debate sobre imigração.

Defensores de políticas mais restritivas argumentam que o programa prejudica trabalhadores americanos, já que empresas trazem estrangeiros por salários mais baixos, enquanto muitos líderes empresariais afirmam que auxilia as companhias norte-americanas a permanecerem competitivas. Autoridades da Casa Branca disseram que a mudança ajudaria a garantir que as empresas dessem prioridade à contratação de trabalhadores domésticos.