A terceira semana de outubro registrou mais um acréscimo no custo da cesta básica em Cuiabá — o segundo consecutivo. A alta, desta vez de 1,55%, fez com que o conjunto de itens atingisse a média de R$ 806,98, permanecendo, inclusive, com valor 3,13% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT).
Ainda conforme análise do IPF-MT, o custo acima de R$ 800 não era registrado desde agosto deste ano — há oito semanas. Para o presidente da Fecomércio-MT, Wenceslau Júnior, a variação anual do preço da cesta tende a permanecer em baixa, apesar dos recentes aumentos.
“Mesmo com o custo médio da cesta básica ficando acima do observado em 2024, essa é a menor variação anual desde março deste ano. Essa observação é interessante para compreender a trajetória de aumento dos preços da alimentação na capital mato-grossense, que se mostra menos aquecida no longo prazo.”
A alta no custo reflete o impacto da valorização de itens com sazonalidade de curto e médio prazo, como a batata e o tomate.
No caso da batata, após cinco semanas consecutivas de redução, o produto registrou alta de 31,58% nesta semana, chegando a custar, em média, R$ 3,98/kg — movimento influenciado principalmente pelo fim da safra. Com a desaceleração das colheitas, a oferta diminuiu, o que ocasionou aumento de preço nos mercados.
Ainda assim, quando comparado ao mesmo período de 2024, o valor atual está 45,06% menor, já que custava, em média, R$ 7,24/kg naquele período.
O tomate também apresentou aumento, com acréscimo de 15,55%, atingindo a média de R$ 8,26/kg. Assim como a batata, o aumento pode estar relacionado à mudança de safra, que reduz a quantidade ofertada e, consequentemente, eleva os preços. No comparativo anual, o valor atual está 41,65% mais alto, visto que, no mesmo período de 2024, o preço médio registrado foi de R$ 5,83/kg.
Já o arroz registrou redução de 1,57% nesta semana, com média de R$ 5,26/kg. Apesar da alta observada na semana anterior, o aumento na produção – nas lavouras – segue pressionando os preços para baixo. O custo atual do produto está 25,92% menor em relação ao mesmo período do ano passado.
Diante dessas variações, Wenceslau Júnior concluiu que “esse cenário acaba favorecendo o planejamento dos gastos familiares, com foco em compreender quais alimentos podem pesar mais nas compras deste período”.