O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aprovou uma proposta que tem gerado preocupações entre diversos setores da sociedade, especialmente em relação à segurança nas ruas e avenidas. A proposta do Ministério dos Transportes visa acabar com a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Ao abrir uma consulta pública nesta quinta-feira (2/10), o governo busca coletar sugestões sobre essa nova abordagem.
Defendida pelo ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), essa medida busca facilitar o acesso à habilitação, com estimativas que indicam uma redução de até 80% no custo da CNH para as categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio). No entanto, esse alívio financeiro pode vir à custa da segurança nas vias públicas, uma vez que pessoas sem a formação adequada podem acabar dirigindo.
A proposta permite que o conteúdo teórico seja oferecido de diversas maneiras: presencialmente em centros de formação de condutores, à distância por instituições credenciadas ou até mesmo em plataformas digitais pela Senatran. Contudo, essa flexibilidade provoca apreensão, especialmente entre aqueles que acreditam que a experiência prática e o aprendizado estruturado em autoescolas são essenciais para quem deseja dirigir.
Setores de autoescolas expressam seu descontentamento, prevendo que cerca de 15 mil dessas empresas podem fechar, refletindo o medo de que a falta de treinamento adequado possa resultar em um aumento no número de acidentes e na insegurança nas estradas. A preocupação é que, sem as experiências e as aulas práticas exigidas anteriormente, motoristas inexperientes podem não estar preparados para lidar com a complexidade do trânsito, colocando em risco não apenas suas vidas, mas também a de outros usuários das vias.
Foto : (Lia de Paula/Agência Senado)