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Quem são os ganhadores do Nobel de Física de 2025

Os vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2025: John Martinis, Michel H. Devoret e John Clarke. Foto: Mark J. Terrill/AP, Harold Shapiro/AP e University of California

O britânico John Clarke, de 83 anos, o francês Michel Devoret, de 72 anos, e o americano John Martinis, de 67 anos, são os laureados do Nobel de Física deste ano, anunciado na manhã desta terça-feira, 7, pela Academia Sueca. Os três dividirão igualmente o prêmio, que totaliza 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).

Os três cientistas trabalharam juntos nos anos 80 na Universidade da California, em Berkeley, para demonstrar que os fenômenos quânticos – até então observados apenas em partículas microscópicas – podem ser recriados em circuitos elétricos grandes o suficiente para caber na palma da mão. A descoberta abriu caminho para tecnologias que hoje formam a base da computação quântica, dos sensores de precisão e da criptografia avançada.

“Ainda estou atordoado. Estou muito feliz e agradecido que John Martinis e Michel Devoret tenham compartilhado o prêmio comigo”, afirmou Clarke, em entrevista ao Comitê do Nobel. “Eu não poderia aceitar o prêmio sem esses dois; isso estaria totalmente fora de questão. Obviamente, o Comitê do Nobel sabia disso.”

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Na época em que trabalharam juntos, Michel Devoret era um aluno de pós-doutorado e John Martinis um estudante da graduação.

“O que eu posso dizer? Me sinto muito privilegiado por ter trabalhado com pessoas tão brilhantes”, afirmou Clarke. “Eles sabiam tantas coisas, nós tínhamos muitos debates. Não por muitas horas, mas muitos dias de discussão sobre tudo isso. Nos tomou muito tempo, agora não lembro exatamente quanto, mas nos tomou muito tempo para finalizar essa pesquisa.”

O professor John Martinis, por exemplo, utilizou mais tarde os mesmos princípios de quantização que descobriu com Clarke e Devoret para construir os primeiros protótipos de bits quânticos, os blocos fundamentais dos computadores quânticos. Esses sistemas têm o potencial de resolver problemas complexos em segundos — tarefas que levariam décadas nos computadores convencionais.

O Comitê do Nobel destacou que estas descobertas “abriram o caminho para o desenvolvimento da próxima geração de tecnologias quânticas, em particular a criptografia quântica, os computadores quânticos e os sensores quânticos”.

Clarke leciona na Universidade de Berkeley, na Califórnia. Devoret é professor emérito da Universidade de Yale. Martinis também está vinculado à Universidade da Califórnia.

“Para dizer suavemente, foi a surpresa da minha vida”, declarou Clarke a jornalistas por telefone ao saber da notícia. “Nunca pensei de forma alguma que isso (o trabalho da década de 1980) pudesse ser a base de um Nobel”, acrescentou, explicando que ele e os colegas estavam tão concentrados em seus experimentos que não perceberam suas aplicações práticas.

“Nunca nos passou pela cabeça que esta descoberta teria um impacto tão significativo”, afirmou.

Quando perguntado como suas descobertas repercutiram na vida cotidiana, Clarke destacou que estava falando com o público através de seu celular. “Uma das razões fundamentais pelas quais o celular funciona é graças a todo este trabalho”, afirmou.

Fonte: Estadão

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