Todos os dias, o Brasil desperdiça o equivalente a 6.346 piscinas olímpicas de água tratada antes que o recurso chegue às torneiras.
O dado integra o Estudo de Perdas de Água 2025, elaborado pelo Instituto Trata Brasil.
O levantamento, feito com dados da base 2023 do Sistema Nacional de Informações em Saneamento, revela que o país perdeu 5 bilhões e 800 milhões de metros cúbicos de água tratada em um ano — volume que seria suficiente para abastecer cerca de 50 milhões de pessoas.
As perdas chegam a 40,3% da água produzida, muito acima da meta de até 25% definida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
As regiões Norte e Nordeste concentram os piores índices, com perdas de 49,8% e 46,2%, respectivamente. Estados como Alagoas, Roraima e Acre desperdiçam mais da metade da água distribuída. Já Goiás, Distrito Federal e São Paulo apresentam os melhores indicadores do país. Ainda assim, o desperdício, nessas localidades, fica na casa dos 30% – um pouco mais, um pouco menos.
As perdas incluem vazamentos, falhas de medição e consumos irregulares.
Para se ter uma ideia, só as perdas físicas, principalmente por vazamentos, passam de 3 bilhões de metros cúbicos por ano — o suficiente para abastecer por quase dois anos os 17 milhões e 200 mil de brasileiros que vivem em comunidades vulneráveis.
Ainda segundo o estudo, se o país atingisse a meta de até 25% de perdas, economizaria 1,9 bilhão de metros cúbicos de água por ano, volume suficiente para abastecer 31 milhões de pessoas.