(Bloomberg) — A Casa Branca expressou, nesta segunda-feira, apoio ao acordo bipartidário para encerrar a paralisação nos Estados Unidos, um avanço crucial que torna provável a reabertura do governo nos próximos dias.
O presidente americano Donald Trump queria a reabertura do governo desde o início da paralisação e considera o acordo um desdobramento positivo, disse um funcionário da Casa Branca sob condição de anonimato.
O Senado ainda precisa concluir procedimentos que podem ser demorados, e os deputados da Câmara precisam retornar a Washington para votar pela primeira vez desde 19 de setembro.O líder da maioria no Senado, John Thune, disse que conversou com Trump sobre o acordo no domingo à noite e espera que o presidente o sancione assim que o Congresso aprovar a legislação.
O Senado retoma as deliberações sobre o acordo com os democratas centristas nesta segunda-feira, mas ainda não agendou uma votação para a aprovação final. O presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que daria aos deputados um aviso prévio de 36 horas para retornarem ao Capitólio assim que o Senado aprovasse o projeto de lei.
É provável que as interrupções de voos e os atrasos na entrega de ajuda alimentar persistam até o fim oficial da paralisação. Mesmo assim, os republicanos comemoraram nesta segunda-feira, com declarações de Johnson à imprensa de que o “pesadelo” da paralisação, que já dura 41 dias, está finalmente chegando ao fim.
As ações subiram na manhã desta segunda-feira, impulsionadas pelas apostas de que a paralisação terminará em breve. O S&P 500 avançou mais de 1% logo após a abertura do mercado. Um indicador das megacaps “Sete Magníficas” subiu mais de 2%. Os títulos caíram.
O acordo dos senadores moderados não conseguiu garantir a prorrogação dos subsídios da Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act), principal aposta dos democratas na luta contra a paralisação do governo, o que provocou uma forte reação dentro do partido poucos dias depois de muitos democratas comemorarem as vitórias eleitorais da semana passada.
O governador democrata da Califórnia Gavin Newsom chamou o acordo de “patético” Enquanto isso, o governador de Illinois, Jay Pritzker, criticou duramente as concessões republicanas no acordo, e chamou o pacto de “promessa vazia.”
O Senado deu um passo importante rumo à reabertura do governo federal na noite de domingo, ao votar por 60 a 40 em uma medida processual para avançar um projeto de lei de financiamento temporário.
Nos termos do acordo, o Congresso aprovaria o financiamento integral para os departamentos de Agricultura, Assuntos de Veteranos e para o próprio Congresso, além de financiar outras agências até 30 de janeiro. O projeto de lei garantiria o pagamento de funcionários públicos afastados temporariamente, retomaria os repasses federais retidos para estados e municípios e reintegraria os funcionários de agências que foram demitidos durante a paralisação.
Como a Câmara ainda precisa retornar a Washington e prometeu avisar os parlamentares com antecedência, é muito provável que o governo reabra no final da semana. Um fator que complica a situação é se o senador Rand Paul, um republicano do Kentucky, decida impor dias de atraso no Senado para se opor a uma cláusula que restringe a venda de produtos de cânhamo com propriedades psicoativas.
A aprovação na Câmara não está garantida, embora Johnson tenha previsto nesta segunda-feira que haveria votos suficientes. Os líderes democratas se manifestaram contra qualquer acordo que não inclua a prorrogação dos subsídios do Obamacare, que estão expirando, o que este projeto de lei não contempla. Os membros republicanos conservadores querem um projeto de lei que financie todo o governo até 30 de setembro do próximo ano.
“Temos que fazer isso o mais rápido possível”, disse Johnson aos repórteres, e ponderou que poderiam haver várias noites em claro pela frente.





