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Cortar feijão da dieta pode aumentar em 20% a chance de desenvolver obesidade e em 10% a de excesso de peso

Em meio ao debate sobre dietas restritivas e cortes radicais, uma nova abordagem vem ganhando força entre milhares de pessoas que comprovam ser possível perder peso sem abrir mão dos alimentos mais tradicionais da mesa brasileira — como pão, arroz e feijão.

A relevância desse movimento se evidencia quando se considera que, apenas no último ano, mais de 345 milhões de pessoas em todo o mundo recorreram a aplicativos de fitness, segundo dados do relatório anual Fitness App Market, do Business of Apps, para descobrir como se exercitar e o que comer para emagrecer. Além disso, os aplicativos de fitness foram baixados 850 milhões de vezes no mesmo período.

E ainda: a análise de um aplicativo com 55 mil usuários ativos revelou que o  consumo de pães, arroz e acompanhamentos regionais permanece recorrente nos registros diários. Segundo dados da Fitlab, mesmo nos períodos de maior redução de peso, os participantes mantêm o consumo de arroz e pão todos os dias.

“Por muito tempo, acreditou-se que emagrecer significava abrir mão do que se gosta. Nosso propósito é quebrar esse paradigma — mostrar que é possível conquistar saúde e equilíbrio sem abandonar os sabores que fazem parte da nossa identidade”, afirma Renata Ikeda, idealizadora do projeto.

Para ilustrar o poder desses alimentos, imagine um prato composto por 150 g de arroz + 100 g de feijão + um fio de azeite, 100g de uma fonte de proteína magra como filé de frango e vegetais. Essa combinação oferece, dependendo do tipo de arroz e feijão, algo entre 300 e 400 kcal, com boa dose de proteínas, fibras, vitaminas do complexo B e minerais. Estudos da Embrapa já demonstraram que arroz e feijão são nutricionalmente complementares, fornecendo proteínas de alta qualidade, ferro, fibras e outros nutrientes essenciais.

Além disso, o feijão é um aliado poderoso da saciedade. Um estudo da Faculdade de Medicina da UFMG — Universidade Federal de Minas Gerais — mostrou que pessoas que abandonaram o consumo regular de feijão tiveram até 20% mais chance de desenvolver obesidade e, em 10%, a de excesso de peso, em comparação com quem mantinha o consumo em 5 a 7 dias por semana.

E o pão, tão presente na dieta brasileira? Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), o consumo médio diário de pão francês no Brasil gira em torno de 60 gramas por pessoa, número que se mantém estável nos últimos anos.

O alimento continua sendo uma das principais fontes de energia e carboidratos da população. Já uma fatia média de pão integral (30 g) tem entre 65 e 75 kcal, de acordo com as tabelas TACO (Unicamp) e USDA FoodData Central (2024), além de fornecer fibras, ferro, magnésio e vitaminas do complexo B. “Quando consumido com equilíbrio calórico e combinado a proteínas e vegetais, o pão pode, sim, fazer parte de uma alimentação saudável e até de planos voltados à perda de peso sustentável”, destaca.

Segundo Renata Ikeda, o grande diferencial do FitLab é permitir que o usuário registre tudo o que come, com foto ou descrição, e acompanhe suas metas de macronutrientes e calorias. O aplicativo compara o consumo real com o ideal e envia alertas quando o usuário se aproxima dos limites.

Com isso, é possível encaixar pão, arroz ou outros alimentos “clássicos” dentro de uma dieta equilibrada, desde que o controle calórico e o equilíbrio nutricional sejam respeitados. “Nosso propósito não é impor restrições, e sim ensinar equilíbrio. O FitLab é como um espelho que devolve para o usuário a consciência do que ele realmente come, sem culpa, sem terrorismo nutricional. O resultado é libertador”, explica Ikeda.

Curiosamente, embora esses alimentos sejam parte da identidade alimentar brasileira, eles têm perdido espaço nos últimos anos. O consumo de arroz caiu 4,7% e o de feijão recuou 4,2% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Scanntech (via Embrapa), compilados pela CNN Brasil. Mesmo assim, o arroz e o feijão seguem entre os mais consumidos no país, onde o consumo médio per capita diário é de cerca de 131,4 g de arroz e 142,2 g de feijão, conforme levantamentos da Embrapa.

Os benefícios e o equilíbrio por trás do prato tradicional vão muito além do sabor, como aponta Renata.

“Muitos ainda acreditam que arroz, feijão ou pão engordam. Mas os usuários do nosso app estão ajudando a derrubar esse mito e mostrando que, mesmo registrando 50 g de pão e 150 g de arroz por dia, e ficando dentro das metas diárias, conseguiram perder peso de forma consistente”, destaca a idealizadora do Fitlab.

Por exemplo, uma colher de arroz cozido (20 g) tem, em média, 25 kcal, segundo levantamentos nutricionais atualizados de 2024. Isso equivale à metade de um pacote pequeno de snacks industrializados, mas com muito mais valor nutricional, fibras e zero gordura trans — reforçando que o problema nunca foi o arroz, mas o excesso e a falta de equilíbrio nas combinações diárias.

“Quando o dado vem da vida real, não de um manual, o impacto é outro”, explica. “São 55 mil pessoas mostrando, na prática, que dá pra emagrecer sem cortar o que amam. Isso é ciência aplicada ao cotidiano”.

Fonte: Assessoria

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