Mulheres que trabalham no setor privado ainda recebem menos que homens.
É o que mostram os dados do novo Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, elaborado pelo Ministério do Trabalho com base nas informações do Relatório Anual de Informações Sociais, o RAIS, de 54 mil empresas com 100 ou mais empregados, considerando o período entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025.
Ao todo, foram avaliados pouco mais de 19 milhões e 400 mil vínculos empregatícios, sendo cerca de 41% de mulheres e o restante, quase 60%, de homens.
O relatório aponta também que a desigualdade aumentou nos últimos meses, já que a diferença ficou em 19,4% no primeiro relatório da série, publicado em marco do ano passado.
Quando o recorte é por raça, o cenário piora: mulheres negras recebem, em média, R$ 2.986,50, enquanto homens não negros chegam a R$ 6.391,94 — uma diferença de mais de 50%.
Apesar do crescimento na presença feminina nas grandes empresas – que passou de 40%, em 2023, para os atuais 41,1% – elas ainda concentram apenas 35% da massa salarial.
Entre os fatores mais citados pelas empresas para justificar a diferença estão o tempo de experiência, metas de produção e planos de carreira.
Porém, menos da metade das companhias têm políticas para promover mulheres — e só uma em cada cinco oferece auxílio-creche ou licença parental estendida.
Ainda de acordo com o relatório, se a soma total dos valores recebidos pelas pessoas ocupadas acompanhasse o crescimento da presença feminina no mercado de trabalho, cerca de R$ 92,7 bilhões poderiam ser injetados na economia.





