Festival de Robótica amplia vivência tecnológica e inspira futuros profissionais da indústria em Mato Grosso

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Senai MT

Mais do que uma competição por medalhas e troféus, o II Festival de Robótica Educacional de Mato Grosso, realizado de 13 a 16 de novembro, em Cuiabá, se consolidou como uma experiência transformadora para os mais de 550 alunos participantes. Para os estudantes da rede pública e privada, o evento foi uma verdadeira imersão tecnológica que reforçou habilidades essenciais para os desafios da indústria do futuro.

“É minha primeira vez. Eu comecei sem saber nada. Entrei no grupo, eles me ajudaram e hoje já sei programar o básico. Tive que aprender matemática, física, geografia, português, arte… tudo isso para construir robôs”, contou Lindomar Júnior, 18, da equipe Lumén, estudante do 2º ano da Escola Estadual Padre César Albisetti, de Poxóreu. “A experiência já vale muito, independente de quem ganha”, avalia. O jovem.

Para Benjamin Marques,13, da Escola Presbiteriana de Cuiabá, o espaço foi importante para fortalecer as amizades. “Foi maravilhoso. Conheci muita gente, fiz amizades, aprendi muito. A gente sabe que nem todo mundo vai pro nacional, mas o importante é o aprendizado. A gente cresceu demais no processo”, destaca.

Daniel Guimarães, 14 anos, líder da equipe Djalma Tech, da Escola Estadual Djalma Ferreira de Souza, da capital, se sentiu pertencente no evento. “É gratificante estar aqui. Ano passado fizemos só 50 pontos. Este ano, 230. A gente melhora, aprende, interage. Achei que as equipes seriam arrogantes, mas fomos muito bem recebidos. Aqui, até a moeda de troca é boton!”, brincou. Segundo ele, a participação de escolas estaduais cria um efeito multiplicador. “Mostra para outras escolas que elas também podem estar aqui e inspirar novos alunos.”

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Equipe Lumén, da Escola Estadual Padre César Albisetti,
de Poxóreu

Ângelo Piffer, 13 anos, da equipe Young Creators, do Sesi Escola Várzea Grande, destaca a evolução da FLL no estado. “Antes, eram só quatro equipes do Sesi. Hoje tem várias. É gratificante poder compartilhar ideias e praticar os valores do Core Values. É um dos melhores torneios que já vivemos”, conclui.

Embora não tenha ocorrido disputa da categoria FIRST® Robotics Competition (FRC), que engloba jovens de até 18 anos, o festival trouxe uma mostra especial. Nela, alunos do Novo Ensino Médio do Sesi, Senai e Seduc constroem robôs industriais de até 56 kg e 1,2 metro, capazes de realizar tarefas em arena.

Representando a equipe Mutum-X, da Escola Tiradentes de Novam Mutum, Ketlen Carvalho,17, destacou a importância da participação da FRC no festival e o impacto da robótica na formação dos alunos. “Participar do festival reacende em nós a emoção de competir e de viver a FRC, algo que aprendemos muito desde o regional e a experiência em Houston, no mundial nos Estados Unidos. Para os novatos, é o primeiro contato com esse universo, entender o ritmo, a energia e a intensidade da robótica. Queremos seguir inspirando cada vez mais pessoas a descobrir o quanto a robótica é incrível”, reforça Kellen.

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equipe Lumén, estudante do 2º ano da Escola Estadual
Padre César Albisetti, de Poxóreu

Acolhimento, cultura e integração

A experiência também emocionou quem veio de longe. A técnica Ingrid Carolina da Rocha, da equipe The Builders, de Pimenta Bueno (RO), viajou cerca de 16 horas até Cuiabá com apenas quatro alunos.

“Esse regional é diferente, mas está sendo incrível. Aqui a gente vê a cultura de Mato Grosso em tudo: nos projetos, nas músicas, nos gritos de garra, nas fantasias. Isso não é comum em todos os estados. Para nós está sendo muito bonito de ver”, relata.

Mesmo sendo a única equipe competidora de fora, o acolhimento marcou o grupo. “As equipes daqui abraçam, ajudam, tiram dúvidas. Isso é FLL: cooperação, inclusão, trabalho em equipe. O que vivemos aqui tem tudo para fazer deste o primeiro de muitos festivais em Mato Grosso”, afirma. Ela destaca ainda a oportunidade para os alunos: “Muitos nunca tinham viajado. Estão longe dos pais pela primeira vez. É uma experiência grandiosa.”

Rumo a São Paulo

Times do Sesi Escola VG e da Escola Estadual Heliodoro vão representar MT no Torneio Nacional de Robótica

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Os times tiveram uma excelente performance na mesa
e nas avaliações em sala

O encerramento dos três dias de imersão trouxe conquistas importantes. Os times Young Inventors e Young Creators, do Sesi Escola Várzea Grande, e Heliobot Technology, da Escola Estadual Professor Heliodoro Capistrano da Silva, garantiram troféus e suas vagas para representar Mato Grosso no Festival Nacional de Robótica, que será realizado em março de 2026, em São Paulo.

Para o superintendente do Sesi, Alexandre Serafim, o impacto vai além dos resultados. “O contato direto com desafios reais estimula o desenvolvimento de mentes criativas, preparadas para contribuir com a evolução da indústria mato-grossense”, ressalta.

Texto: Fernanda Nazário