Aporte de bancos e juros a 136% do CDI: como será o empréstimo de R$ 20 bi para salvar os Correios

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O presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon. Correios anuncia primeira fase do plano de reestruturação para garantir sustentabilidade e modernização da empresa Foto: Thiara Andrade/Correios

BRASÍLIA – Um consórcio de cinco bancos como financiadores, União como fiadora e juros a 136% do CDI. Essas são algumas das condições do empréstimo de R$ 20 bilhões para socorrer os Correios, aprovado neste sábado, 29, pelo Conselho de Administração da empresa estatal. O aporte bilionário, sob a justificativa de socorrer o caixa e realizar a reestruturação da companhia, depende do aval do Tesouro Nacional para ser efetivado.

A aprovação pelo Conselho dos Correios foi divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada pelo Estadão. O Estadão apurou com fontes diretamente envolvidas na negociação que o financiamento deve ser feito por um consórcio de cinco bancos: Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.

Se aprovado pelo Tesouro Nacional, a União será fiadora e honrará os pagamentos caso haja inadimplência pela estatal, reduzindo o risco para os bancos. A taxa de juros deve ser próxima de 136% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). A documentação deve ser enviada ao Tesouro para aprovação na semana que vem.

Em nota, a estatal não deu detalhes sobre o empréstimo e afirmou: “Mais informações sobre a operação de crédito poderão ser divulgadas oficialmente após a avaliação e liberação pelos órgãos supervisores competentes“.

Os Correios querem um empréstimo de R$ 20 bilhões para socorrer o caixa da estatal, que registrou prejuízo de R$ 4,37 bilhões só no primeiro semestre de 2025. A empresa acumula 12 trimestres consecutivos de prejuízo, com aumento de gastos, de um lado, e redução de receitas, de outro.

Como mostrou o Estadão, o empréstimo de R$ 20 bilhões é maior do que qualquer outra garantia concedida pela União para estatais, Estados e municípios nos últimos 15 anos.

FOnte: Estadão