A sífilis segue crescendo em ritmo acelerado no Brasil e preocupa, especialmente entre mulheres jovens e gestantes.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2005 e junho de 2025, mais de 810 mil casos da infecção foram registrados em grávidas, com destaque para a região Sudeste, que somou 45,7% dos diagnósticos.
Depois, aparece a região Nordeste, com 21,1% dos casos.
A ginecologista Helaine Maria Milanez, membro da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, ouvida pela Agência Brasil, avalia que o subdiagnóstico da doença, a interpretação inadequada dos exames no pré-natal e a falta de tratamento dos parceiros sexuais, são os principais problemas que ajudam a manter o ciclo de reinfecção.
Especialistas avaliam que o país enfrenta dificuldades históricas para controlar a sífilis congênita, apesar de a doença ser de diagnóstico simples e tratamento barato.
Em 2024, a taxa nacional chegou a 35,4 casos por mil nascidos vivos, evidenciando o avanço da transmissão da mãe para o bebê.
Mais de 80% das gestantes infectadas não apresentam sintomas durante a gravidez.
Essa forma assintomática faz com que a doença passe despercebida e aumente o risco de transmissão ao feto.
O avanço da infecção também atinge jovens entre 15 e 25 anos e pessoas da terceira idade, grupos em que o uso de preservativos diminuiu.
