Em média, 4 crianças ficaram órfãs de mãe por dia no Brasil, em razão de crimes de feminicídio
É o que aponta um levantamento feito pelo Laboratório de Estudos de Feminicídios, da Universidade Estadual de Londrina.
Só nos primeiros seis meses de 2025, 683 crianças perderam a mãe em decorrência da violência de gênero.
Foram contabilizadas ao todo, pelo estudo, 950 vítimas de feminicídio no país entre janeiro e junho.
Os dados mostram que a maioria dos crimes ocorre em ambientes familiares: 39% dentro da casa da vítima.
Em quase metade das ocorrências analisadas, o autor era parceiro, ex-companheiro ou alguém com vínculo íntimo com a mulher assassinada.
Especialistas alertam que a perda materna provocada pelo feminicídio gera impactos sociais profundos e de longo prazo.
Muitas crianças passam a viver com outros familiares ou em abrigos, enfrentam rupturas na rotina, dificuldades emocionais e maior vulnerabilidade social, o que exige resposta estruturada do poder público.
Em setembro deste ano, o governo federal regulamentou a pensão especial para órfãos e dependentes de vítimas de feminicídio, que havia sido criada em 2023.
A pensão especial garante até um salário-mínimo mensal para crianças e adolescentes menores de 18 anos e dependentes.
O valor não é acumulativo com outros benefícios do governo e quando há mais de um filho, a quantia é dividida entre eles.
