17 mulheres assassinadas em 3 meses em MT

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O primeiro trimestre de 2020 apresentou aumento no número de feminicídios em Mato Grosso, em relação ao mesmo período de 2019.

São 17 casos registrados entre janeiro e março deste ano, contra 11 no ano anterior. Os dados são da Superintendência do Observatório de Violência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).

O feminicídio é o homicídio praticado contra mulheres em função de violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher.

Os casos deste ano ocorreram em municípios do interior de Mato Grosso. Cuiabá e Várzea Grande não apresentaram registros nos três primeiros meses.

Os dados de feminicídio apresentados podem ser alterados, tendo em vista que a investigação do crime é complexa, e a consolidação da motivação pode necessitar de extensão de prazo e envio posterior.

Menos registros de homicídios

Apesar disso, o levantamento aponta redução no número de homicídios envolvendo vítimas femininas de 18 a 59 anos de idade, de janeiro a março de 2020, em Mato Grosso.

Foram registrados 22 casos, que incluem todas as motivações, contra 24 no mesmo período de 2019 e 25 em 2018. Os casos de morte de mulheres deste ano também estão concentrados em municípios do interior, já que a região metropolitana não apresentou registros.

Outros meios correspondem a 14%; força muscular a 5% e arma contundente a 4% dos registros. Entre as motivações, 50% são apontadas como passionais; 14% a apurar; 14% vingança ou rixa; 9% motivo fútil; 9% envolvimento com drogas e 4% por erro de execução.

As faixas etárias da maioria das mulheres vítimas de homicídios são 30 a 35 anos de idade, com 5 casos; e 36 a 45 anos, com 5 registros. Em seguida, 18 a 24 anos, com 4 casos; 25 a 29 anos e acima de 60 anos, com 3 mortes cada; e de 0 a 11 anos e de 46 a 59 anos com 1 registro cada.

Canais de denúncia e acolhimento

No âmbito da prevenção, a Câmara Temática de Defesa da Mulher da Sesp-MT busca aperfeiçoar políticas públicas.

É composta por órgãos da segurança pública, Poder Judiciário, e órgãos de Saúde e Assistência Social, Conselho Estadual de Defesa da Mulher, entre outros.

O principal objetivo é instituir uma rede de atendimento em todo o estado que contemple não só a área de segurança, mas todas aquelas necessárias ao acolhimento das vítimas.

Vale ressaltar que os canais de disque-denúncia estão funcionando normalmente neste período de quarentena: 190, 197, 180 e 181.

Além disso, as delegacias (PJC-MT) também estão atendendo normalmente, assim como a Patrulha Maria da Penha (PM-MT).

As Delegacias de Defesa da Mulher de Cuiabá e de Rondonópolis possuem ainda atendimento psicológico de acolhimento às vítimas, neste período de pandemia.