Ex-governador admite recuo do Senado e sinaliza aliança

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ex-governador de Mato Grosso e pré-candidato ao Senado, Júlio Campos (DEM), admitiu que a eleição à vaga deixada pela ex-senadora Selma Arruda (Podemos), prevista para acontecer em 15 de novembro de 2020, não deve contar com a sua participação se a campanha for realizada nas ruas, no tradicional “corpo a corpo”.

Júlio Campos foi escolhido na convenção do DEM como pré-candidato do grupo político nas eleições que ocorreriam em abril de 2020 – e que foi adiada para novembro em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O ex-governador, no entanto, citou a possibilidade de uma “frente ampla”, que seria construída com a desistência das pré-candidaturas ao Senado em favor de um candidato único: o ex-senador Cidinho Santos (DEM).

“Se for uma campanha virtual, que tenha pouco contato, é mais fácil a gente disputar, agora uma campanha normal, de corpo a corpo, que é o meu forte, nesse momento, é quase difícil. Ouvi falar que quem estava querendo articular essa frente ampla, de todo mundo desistir e ele ser candidato único, era o ex-senador Cidinho Santos. Ele, aliás, até filiou no DEM e tem condições plenas de disputar qualquer mandato”, revelou Júlio Campos.

Campos explicou que a convenção do DEM que escolheu seu nome para disputar o Senado foi invalidada pela Justiça Eleitoral – que fez o mesmo com todos os outros partidos -, em razão da pandemia. O ex-governador explica, inclusive, que a sigla deverá se reunir com os aliados para traçar a estratégia a ser seguida não só ao Senado, como também nas eleições municipais, que deverão ocorrer no mesmo dia 15 de novembro de 2020. “Vamos ficar no aguardo, aguardando o diretório regional, o presidente do partido, o suplente a senador Fábio Garcia, convocar uma nova reunião para rediscutirmos o projeto político do partido, não só com relação às eleições municipais de prefeitos e vereadores, como também de senador”, admitiu Campos.

O cacique do DEM em Mato Grosso também foi questionado sobre uma possível “aliança” com Carlos Fávaro (PSD), que ocupa interinamente o cargo de senador na vaga deixada por Selma Arruda. Campos avalia que Fávaro vem fazendo um “bom trabalho” no Senado, mas minimizou a possibilidade de uma composição política. “Nunca ninguém conversou com a gente sobre isso, embora eu reconheça que o senador Carlos Fávaro está fazendo uma boa atuação parlamentar”, destaca.

Cidinho Santos era suplente do ex-senador Blairo Maggi (PP), que acabou exercendo o cargo de titular por vários anos, desde 2016, quando Maggi se licenciou para ser Ministro da Agricultura no Governo Michel Temer (MDB). Santos ficou no cargo até janeiro de 2019, já no fim do mandato de Maggi.