Confederação de municípios pede demissão de Pazuello ‘para o bem dos brasileiros’

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SAO PAULO, BRAZIL - JANUARY 18: Brazil's Health Minister Eduardo Pazuello speaks during a press conference about the distribution process of the nearly 6 million doses of the CoronaVac vaccine, developed by the Chinese laboratory Sinovac in partnership with the Butantan Institute, to be distributed to all Brazilian states on January 18, 2021 in Sao Paulo, Brazil. The vaccines will be distributed using planes from the Brazilian Air Force (FAB) and refrigerated cargo trucks. According to Brazil's Health Minister Eduardo Pazuello, the states can start vaccinating today. (Photo by Rodrigo Paiva/Getty Images)

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou nota nesta terça-feira (16) em que diz ser “necessária, urgente e inevitável” a troca do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Segundo o texto, Pazuello não tem condições de conduzir a superação da pandemia e deve ser substituído “para o bem dos brasileiros”.

O documento é assinado pelo presidente da CNM, Glademir Aroldi, e diz que a entidade tem recebido relatos de prefeitos indicando a suspensão da vacinação contra a Covid-19 para grupos prioritários, motivada pela falta de doses e de previsão de reabastecimento dos estoques.

Questionado, o Ministério da Saúde disse que não comentaria o tema porque a carta “não lhe foi endereçada”. “O Ministério da Saúde e todos os seus dirigentes e corpo técnico estão trabalhando diuturnamente para dar a melhor resposta à sociedade”, diz a pasta.

No texto, a CNM também afirma que tem tentado dialogar com a atual gestão do Ministério da Saúde – entre pedidos de agendas e de informação –. A pasta, diz a entidade, tem “reiteradamente” ignorado os prefeitos do Brasil.

“Por considerar que a vacinação é o único caminho para superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento econômico e social e por não acreditar que a atual gestão reúna as condições para conduzir este processo, o movimento municipalista entende necessária, urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos brasileiros”, diz o documento divulgado.

Sem planejamento

 

A CNM – que reúne 5.200 dos 5.565 municípios do país, incluindo 19 capitais – afirma que o comando do Ministério da Saúde “não acreditou na vacinação como saída para a crise e não realizou o planejamento necessário” para a compra de vacinas. Para a entidade, Pazuello adotou “postura passiva”.

“Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para estados e municípios”, afirma a confederação.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), anunciou na segunda (15) que a campanha de vacinação contra o novo coronavírus no município será interrompida nesta quarta (17) por falta de doses.

Em Salvador (BA), a campanha foi novamente suspensa no fim desta terça-feira para a aplicação da primeira dose. O estoque que foi guardado para garantir a segunda dose de quem já deu início ao cronograma será aplicado normalmente.

Reunião com governadores

 

Nesta quarta-feira (17), Pazuello deve se reunir governadores para tratar da crise sanitária no país. De acordo com o gabinete do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), quatro temas estarão na pauta da audiência com o ministro:

  • cronograma de entrega de vacinas;
  • pagamento e ampliação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs);
  • solução para o aumento de preços de medicamentos;
  • aquisição da vacina Sputnik-V e outras alternativas de imunizantes.

 

Wellington Dias é o coordenador da temática de vacina no Fórum Nacional de Governadores e presidente do Consórcio Nordeste.

Por G1