Ex-secretário e lobista enviaram 5 vezes carregamento de drogas a Portugal

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O ex-secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Nilton Borges Borgato, e o advogado Rowles Magalhães Pereira da Silva, são investigados pela Polícia Federal por tráfico internacional de drogas e formação de organização criminosa. Ambos ainda exercem papel de mando na organização internacional de drogas.

A informação foi confirmada pelo delegado Adair Gregório, que conduz o inquérito na Bahia que culminou nesta terça-feira (19) na Operação Descobrimento.

As investigações apontaram que agindo em conjunto, Nilton Borgatto e Rowles Magalhães foram responsáveis pela remessa de drogas para Portugal em pelo menos cinco ocasiões. Borgatto foi preso em seu apartamento em Cuiabá, enquanto Rowles Magalhães foi preso em São Paulo na casa de uma de suas filhas.

A Operação Descobrimento cumpriu mandados, além da Bahia, em outros quatro estados brasileiros: São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.

As investigações começaram em fevereiro de 2021, quando um jato executivo que pertence a uma empresa portuguesa de táxi aéreo pousou no Aeroporto de Salvador para abastecer. Uma fiscalização encontrou cerca de 595 kg de cocaína na fuselagem da aeronave.

Apesar dessa apreensão, a PF constatou que a mesma  aeronave já tinha feito outras cinco viagens semelhantes, o que indica que o tráfico já vinha sendo feito há algum tempo.

Salvador era usada apenas como ponto de abastecimento da aeronave. “A droga saia de São Paulo e aeronave parava em Salvador para repôr o combustível porque é a cidade mais próxima de Portugal”, explicou o delegado Adair Gregório.

Em fevereiro do ano passado, quando parou para abastecer, a aeronave apresentou um problema . “Houve uma pane no sistema elétrico por causa da cocaína, o que chamou a atenção e a apreensão do carregamento”, disse o delegado. Na ocasião, foi comprovado que o piloto não sabia que estava transportando a droga na fuselagem.

Ainda segundo as investigações, ficou comprovado que a empresa também não tinha conhecimento que a aeronave era usada para o tráfico internacional. “As pessoas que pagaram pelo transporte exigiram à empresa e ao piloto que a aeronave permanecesse em um hangar por uns três dias. O dono da empresa e o piloto comprovaram através de documentos que não concordaram, mas cederam por insistência do contratante”, disse o delegado.

As prisões que ocorreram no Brasil foram em São Paulo (2) , Cuiabá (1), Jundiaí (1) e Recife (1). Outros dois mandados não foram cumpridos. Em Portugal, as 2 aconteceram em Lisboa. Todos os presos tiveram prisão preventiva decretada.

Entre os 46 mandados de busca e apreensão, um foi cumprido em Vitória da Conquista. “O mandando estava relacionado a um doleiro. A justiça não decretou a prisão dele porque nessa fase  o alvo foram as lideranças”, explica o delegado.

 

Por Folha Max