França – dia decisivo para Macron e Le Pen nas unas pelo segundo turno

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Os franceses estão indo às urnas neste domingo (24) para o segundo turno das eleições presidenciais. O pleito é uma reedição do segundo turno de 2017: o centrista Emmanuel Macron é favorito e, segundo as pesquisas, deve assegurar um segundo mandato frente à representante da extrema direita Marine Le Pen.

Macron votou na cidade de Le Touquet, onde cumprimentou apoiadores e posou para fotos antes de depositar seu voto. Mais cedo, Marine Le Pen já havia votado na cidade de Hénin-Beaumont, onde também recebeu apoio de seus eleitores.

A contagem dos votos começa por volta de meio-dia, no horário de Brasília, e os primeiros resultados devem ser divulgados às 15h (20h na França), horário em que fecham os últimos postos de votação.

Eleições na França: começa a votação para novo presidente neste domingo
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Pesquisas apontam vitória de Macron

 

As pesquisas desta sexta-feira (22), último dia que a lei permite divulgação, apontavam que Macron deve ser novamente vitorioso, mas por uma margem menor. Veja abaixo algumas projeções:

Instituto Elabe:

  • Emmanuel Macron (Em Marcha): 55,5%
  • Marine Le Pen (Reunião Nacional): 44,5%

 

Ifop-Fiducial:

  • Emmanuel Macron (Em Marcha): 55%
  • Marine Le Pen (Reunião Nacional): 45%

 

Ipsos:

  • Emmanuel Macron (Em Marcha): 57%
  • Marine Le Pen (Reunião Nacional): 43%

 

A vitória de Macron, porém, não deve ser tratada como uma certeza: nas últimas eleições, em 2017, as pesquisas erraram os resultados em nove pontos percentuais.

Emmanuel Macron em seu último dia de campanha, em 22 de abril de 2022 — Foto: Lionel Bonaventure / AFP

Emmanuel Macron em seu último dia de campanha, em 22 de abril de 2022 — Foto: Lionel Bonaventure / AFP

Marine Le Pen em campanha, em 22 de abril de 2022 — Foto: Denis Charlet / AFP

Marine Le Pen em campanha, em 22 de abril de 2022 — Foto: Denis Charlet / AFP

Se for vitorioso novamente, Macron vai governar um país dividido, pois uma parte significativa de seus eleitores só votam nele por falta de opção, de acordo uma pesquisa do BVA, ressaltando que 66% querem que ele perca a maioria parlamentar nas eleições legislativas de junho.

Macron usou o argumento de ter sido um presidente estável em tempos de crise e reformista. Le Pen optou por se apresentar como defensora do poder aquisitivo dos franceses, em um contexto de preocupação com a disparada dos preços da energia e dos alimentos.

Quase 49 milhões de franceses têm nas mãos a escolha de qual França querem até 2027, uma decisão que pode implicar uma mudança nas alianças internacionais desta potência nuclear e econômica, caso a herdeira da Frente Nacional seja eleita.

 

Le Pen propõe inscrever na Constituição a “prioridade nacional” para excluir os estrangeiros dos benefícios sociais concedidos pelo governo e defende abandonar o comando integrado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e reduzir as competências da União Europeia (UE).

Já o presidente em final de mandato é a favor de “mais Europa”, tanto em matéria econômica e social, quanto de defesa, e pretende recuperar seu impulso reformista e liberal, com sua proposta de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.

 Foto Capa : Thomas SAMSON / AFP; GONZALO FUENTES / POOL / AFP