Casa Cidadã completa 1 ano de trabalho em Lucas do Rio Verde devolvendo dignidade a quem precisa

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Foto: Ascom Prefeitura | Anderson Lippi

Possibilitar dignidade às pessoas em situação de rua, vulnerabilidade ou de passagem por Lucas do Rio Verde é por meio de oportunidades. A Casa Cidadã, abrigo temporário da cidade mantido pela Prefeitura, se tornou realidade e completou o primeiro ano de vida em abril.

 

De acordo com o relatório anual, o lar acolheu mais de 800 pessoas com a tentativa de resgate do indivíduo à sociedade. O abrigo é um espaço que se soma aos trabalhos do Serviço da Abordagem Social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). “Como sugere o nome da casa, o propósito é devolver essa cidadania que, porventura, foi perdida por algum motivo. Saber que existe um espaço para o recolhimento destas pessoas em situação de rua é um grande ganho”, explica o coordenador da Casa Cidadã, Everton Silva.

 

Ao analisar a situação que a cidade se encontrava e buscando soluções positivas, a secretária de Assistência Social e Habitação, Janice Ribeiro, idealizou um projeto piloto inovador no estado. “Nos veio o questionamento da quantidade de pessoas que havia nas praças da cidade e como poderíamos ajudar. Chegamos à conclusão que precisávamos criar um projeto piloto de um lar temporário municipal, grande e acolhedor, que não seria apenas um dormitório. De início, a Casa Cidadã comportou 50 pessoas assim que começaram os serviços e, até agora, trabalhamos para que a pessoa consiga oportunidades de emprego, encontrar a sua família, emitir documentos, e demais resoluções de problemas que ela necessita”, frisou a secretária.

 

O lar conta com uma equipe de quatro componentes, sendo um coordenador, uma assistente social e dois monitores, que organizam uma rotina para os acolhidos. Às 6h da manhã despertam e fazem a limpeza de toda unidade. Das 6h30 às 7h, tomam o café da manhã e vão resolver seus assuntos, como procurar emprego, documentos, saúde, etc. A tolerância de entrada é às 20h, sendo a hora da janta. Às 22h é feito o toque de recolher.

 

José Dinar, ex-morador de rua, recebeu o acolhimento da Casa Cidadã e agora comemora. Conseguiu um trabalho e mora de aluguel em uma quitinete. “Um grande desenvolvimento não só para a minha vida, mas para a vida de todos que precisam de apoio. Os profissionais da assistência social têm o prazer de nos receber, nos tratam da melhor maneira possível”, revela José.

 

Para auxiliar nos trabalhos com os acolhidos, parcerias foram realizadas com a Defensoria Pública, Ministério Público, Sindicato Rural, Senar-MT, Senai, entre outros. O envolvimento das instituições resultou em serviços gratuitos, como emissão de documentos, confecção de currículos, declarações documentais, encaminhamentos para entrevistas de empregos, exames médicos e busca de familiares.

 

Cursos profissionalizantes também são oferecidos aos acolhidos. O espaço conta com uma horta e todos receberam capacitação para aprender técnicas como montar jardins, lidar com grama e plantio de plantas ornamentais. Além deste curso, o de confecção de utensílios com sobras de madeira e operador de máquinas pesadas contemplaram as atividades dos assistidos.

 

Intensificando os trabalhos da Casa Cidadã, há o projeto Pólen Leitura e Escrita, uma biblioteca instalada nas dependências do lar, uma iniciativa da escritora luverdense Leni Zilioto, em parceria com a Sociedade Literária LRV e Institut Cultive Suisse Brésil. Os livros são arrecadados por meio de doações e ficam disponíveis para os acolhidos.

 

O prefeito Miguel Vaz ressalta que a Casa Cidadã é mais um projeto que se concretiza, firmando o compromisso de que Lucas do Rio Verde é uma terra de oportunidades. “Neste primeiro ano, posso dizer que foram colhidos bons frutos, já que cuidamos da ressocialização, pessoas saíram das ruas, retornando ao mercado de trabalho. Alcançamos o objetivo, mas ninguém faz nada sozinho. É importante a compreensão e a participação da sociedade, dos poderes, inclusive o Poder Legislativo também, para que o olhar seja direcionado para a solução dos problemas. Aos que escolheram vir para cá e, por alguma razão enfrentam dificuldades aqui na cidade, que a pessoa seja encaminhada e consiga encontrar o seu caminho”, conclui o prefeito.