Fim da era Ceni como técnico do São Paulo

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Rogério Ceni foi demitido do São Paulo na tarde desta quarta-feira (19). O ídolo tricolor chegou ao clube, pela segunda vez como treinador, em outubro de 2021 para substituir Hernán Crespo e livrar o clube de um possível rebaixamento no Brasileiro. Com a missão cumprida, o ex-goleiro permaneceu no cargo e chegou na final do Paulistão 2022.

Trocas de técnicos não são incomuns no futebol brasileiro, porém, parece que o São Paulo leva esse costume a sério demais. Desde a saída de Muricy Ramalho, que deixou o comando do Tricolor em 2015, Ceni é o 15º treinador a assumir o clube e a 16ª contratação para o cargo, isso porque ele teve duas passagens pelo clube do Morumbi nesse período.

A esteira de treinadores do São Paulo

Ídolo da torcida são-paulina, Muricy deixou o cargo em abril de 2015 e Juan Carlos Osorio comandou o São Paulo até fim daquele ano. Osorio deixou o São Paulo depois de 28 partidas, em outubro, ao receber um convite para comandar a seleção do México. No total, foram 12 vitórias, 7 empates e 9 derrotas, somando um aproveitamento de 51%.

Doriva assumiu o lugar de Osorio e ficou no comando do Tricolor por cerca de um mês. O treinador saiu da Ponte Preta e assinou com o São Paulo até o fim de 2016. A missão do técnico era levar a equipe até a Libertadores de 2016, porém, em novembro o técnico já não estava mais no comando do clube. O interino Milton Cruz herdou o cargo e conseguiu uma vaga na pré-Libertadores para o SPFC.

Bi-campeão da Liberta, Edgardo Bauza chegou no São Paulo, no fim de 2015, com moral e apoio da torcida. Já no Paulistão, o treinador viu o Tricolor cair nas quartas de final para o Osasco Audax. No Brasileirão, a campanha são-paulina também não empolgou. Porém, na Libertadores, competição de mais tradição do argentino, o SP chegou até a semifinal. O treinador foi demitido em agosto de 2016, depois de 17 triunfos, 13 empates e 17 derrotas em partidas oficiais.

Depois de Bauza, o Tricolor passou por um período de quatro meses em que teve três treinadores. André Jardine comandou o São Paulo interinamente por uma semana, em agosto de 2016 e Ricardo Gomes treinou o São Paulo por três meses no fim do mesmo ano e terminou a passagem pelo clube com 18 partidas, sendo seis vitórias, cinco empates e sete derrotas. Pintado assumiu como interino após a demissão de Gomes.

Para assumir o lugar de Pintado, que era treinador interino, a escolha parecia óbvia para os torcedores e diretoria: Rogério Ceni, que voltava de período como auxiliar da seleção brasileira. O ídolo Tricolor foi anunciado em 24 de novembro de 2016 e o vínculo duraria até o final de 2018. A primeira passagem não teve grandes resultados e o ex-goleiro terminou com 37 jogos, conquistando catorze vitórias, treze empates e dez derrotas

E assim como parece que vai acontecer na demissão mais recente de Rogério Ceni, Dorival Júnior foi o escolhido para assumir o cargo do ídolo Tricolor. Dorival treinou o São Paulo entre a metade de 2017 até o começo de 2018. O técnico foi responsável pela campanha que livrou o Tricolor do rebaixamento naquele ano. No total, foram 40 jogos pelo São Paulo, com 17 vitórias, 11 empates e 12 derrotas.

Diego Aguirre assumiu o lugar de Dorival em março de 2018 e deixou o cargo em novembro do mesmo ano. O uruguaio foi demitido depois de um empate com o Corinthians no Campeonato Brasileiro. Aguirre terminou a passagem com 19 vitórias, 15 empates e nove derrotas, além de 52 gols marcados e 36 sofridos.

Demitido depois da eliminação precoce na Libertadores, André Jardine voltou ao São Paulo para assumir o lugar de Aguirre. O treinador que registrou o vexame Tricolor diante do Talleres terminou a segunda passagem pelo clube com 19 partidas, somando sete vitórias, dois empates e nove derrotas, se despedindo com um aproveitamento de apenas 36,8%.

Logo após a demissão de Jardine, o São Paulo fechou um acordo com Vagner Mancini, que assumiria interinamente, e Cuca, que seria o treinador oficial do clube na temporada. Por recomendações médicas, Cuca só poderia assumir o Tricolor em abril (de 2019), então, o próprio treinador sugeriu que Mancini fosse remanejado como técnico por este período.

Cuca, porém, durou apenas oito meses no cargo e Fernando Diniz foi escolhido para substituir o treinador. No comando do Tricolor por 74 jogos, Diniz registrou 34 vitórias, 20 empates e 20 derrotas. O técnico deixou o Morumbi em fevereiro de 2021 e foi um dos mais longevos da história recente do clube.

Depois da demissão de Diniz, Marcos Vizzoli assumiu interinamente o comando do São Paulo. Mas a passagem do treinador durou pouco, até que Hernán Crespo foi contratado pelo Tricolor. Sob o comando do argentino, depois de dezesseis anos, o São Paulo voltou a vencer um Campeonato Paulista. No total, foram 53 partidas, com 24 vitórias, 19 empates e dez derrotas.

Finalmente, depois de Crespo, Rogério Ceni voltou ao comando Tricolor. Em outubro de 2021, depois de passagens vitoriosas no Fortaleza e no Flamengo, o ídolo do São Paulo voltava para o Morumbi com mais experiência e títulos na bagagem. A segunda passagem do ex-goleiro foi mais longa, com 107 jogos, sendo 50 vitórias, 28 empates e 29 derrotas.

A demissão

O anúncio foi feito nas redes sociais oficiais do time de capital paulista. Em nota, o clube também comunicou a saída dos auxiliares Charles Hembert, Leandro Macagnan, Nelson Simões e o preparador Danilo Augusto.

“O Clube agradece aos profissionais pela dedicação de todos durante o período de quase 18 meses de trabalho nesta passagem que trouxe dois vice-campeonatos como resultados esportivos mais relevantes”, escreveu o São Paulo na nota de demissão. O clube fez questão de agradecer o trabalho desempenhado pelo treinador e comissão técnicae garantiu que o técnico e ídolo é sempre bem-vindo no Tricolor.

“O São Paulo Futebol Clube destaca que está sempre de portas abertas para o ídolo Rogério Ceni, embora os caminhos profissionais sigam direções diferentes no momento”, concluiu o Tricolor em comunicado oficial.

Fonte: R7