Destinação garante atividades no contraturno para crianças e adolescentes de Lucas do Rio Verde

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Foto: Assessoria

Aos 11 anos, Wanderson Souza já realizou um sonho: publicou um livro incentivado pelo clube de leitura da Associação Construtores do Futuro, que atende 100 crianças e adolescentes com atividades no contraturno escolar. Com R$ 247 mil destinados pela Vara do Trabalho de Lucas do Rio Verde, a instituição garantiu melhoria na infraestrutura da sede do projeto. 

Agora, Wanderson e seus colegas podem desfrutar de uma estrutura mais confortável que conta até mesmo com uma biblioteca reformada e 38 computadores. Com os valores repassados pela Justiça do Trabalho também foram adquiridos, entre outros itens, uma lousa digital, cadeiras e arquivo de aço. Além de melhorias na estrutura, como reforma do telhado e fachada.

A sede da instituição recebeu, nessa quarta-feira (13), a visita de representantes da Justiça do Trabalho que conheceram o local e tiveram um bate papo com as crianças sobre a importância de estudar e aproveitar as oportunidades.

Segundo a desembargadora Adenir Carruesco, a destinação vai ao encontro dos objetivos do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem. “Conhecemos os executores desse projeto que, além de construir um futuro melhor para estas crianças e adolescentes, desenvolve a consciência das pessoas sobre a importância das atividades no contraturno escolar. Essas destinações são importantes tanto para a história do Tribunal, que tem um papel importante na sociedade, quanto para difundir boas práticas e construir uma sociedade melhor”, destacou.

A Associação Construtores do Futuro existe desde 2015 e necessita de parceiros e voluntários para continuar apoiando crianças e adolescentes de 10 a 16 anos em situação de vulnerabilidade social de Lucas do Rio Verde, segundo o presidente da instituição, Pedro Góis. “A destinação da Justiça do Trabalho chegou em um momento em que precisávamos melhorar a estrutura da sede. Esse valor deu mais qualidade no atendimento”.

Segundo Pedro, além de melhorar a aumentar a quantidade de atividades desenvolvidas com os alunos, a destinação de recursos pela Justiça do Trabalho dá mais visibilidade às ações da associação. “O apoio do TRT-23 nos dá credibilidade perante a sociedade nos dando condições de conseguir ainda mais parceiros. Aqui também damos um direcionamento para o mercado de trabalho para quem tem idade de ser menor aprendiz e orientamos para começar a universidade. Também temos uma horta comunitária e vamos trabalhar com compostagem. Hoje as crianças já têm psicóloga e também vamos contratar uma assistente social”.

A juíza da 2ª Vara de Lucas do Rio Verde, Helaine Queiroz, contou que ao conhecer a associação no ano passado ficou impressionada com o potencial das ações desenvolvidas, mas também preocupada com a falta de estrutura do local. “Nós queríamos trazer uma estrutura mínima para eles e o coração fica cheio de alegria e gratidão ao ver o resultado. Estar aqui nesse projeto impede que eles fiquem nas ruas sem supervisão e oferece oportunidades para um futuro melhor”.

Segundo a magistrada, a ideia é que esse contraturno inclua ainda aulas de informática, inglês, atendimento psicológico, incentivo à leitura e esportes. “A associação salva vidas”, destacou. Juntamente com o empenho da magistrada, a destinação teve com o apoio do juiz auxiliar da Presidência do TRT-23, Angelo Cestari.

A visita institucional nessa quarta-feira contou com ainda com a presença do presidente do TRT, desembargador Paulo Barrionuevo, da juíza auxiliar da Presidência, Michelle Saliba, e do juiz da 1ª Vara do Trabalho de Lucas do Rio Verde, André Simionato.

 Clube da Leitura

Com cerca de 20 obras publicadas e mais de 80 participações em coletâneas, a professora aposentada e escritora Leni Zilioto é uma das voluntárias do projeto. É ela quem desenvolve o Clube de Leitura com os 100 estudantes e os incentiva a escrever. “Quando parei de trabalhar na educação decidi atuar em causas sociais fazendo o que amo. Trabalhar leitura e literatura com crianças e provocá-los a serem escritores é minha paixão”.

Foi a professora Leni quem desafiou a turma a escrever uma história original com a promessa de que publicaria a melhor produção. No outro dia, Wanderson Souza entregou um texto que se chamava “A detetive”.  A promessa foi cumprida e com ajuda de parceiros o livro foi publicado neste mês de julho.  “Me emociono ao ver os alunos se desenvolvendo. Estamos aqui há um ano e agora temos essa biblioteca equipada e com vários livros”.

Segundo Wanderson, que além de escritor quer ser astronauta, a história publicada foi inspirada na tenente-coronel Rayane Nascimento, coordenadora da Associação Construtores do Futuro. “Eu conto a história de uma detetive que sempre desvendava os mistérios e até conseguiu pegar um ladrão que dava muito trabalho”, contou o pequeno escritor que também diz gostar de brincar e participar de todas as atividades ofertadas pela instituição. 

Rayane Nascimento, que atua diretamente com os estudantes, destacou a alegria de ver o sonho se transformar em realidade com a destinação da Justiça do Trabalho. “Hoje temos biblioteca, computadores, podemos ofertar atividades e qualificar essas crianças e adolescentes. Eu mesma fui aluna de um projeto social quando tinha 10 anos e isso mudou minha vida. Hoje sou formada, tenho uma família e posso ajudar esses alunos”, afirmou.

Para quem quiser ajudar esses estudantes, a  Associação Construtores do Futuro está localizada na rua Umuarama, quadra 88-A, no bairro Menino de Deus, anexo ao Parque de Exposições de Lucas do Rio Verde. Contato: (65)9638-7514

(Sinara Alvares)