Contagem regressiva para o Carnaval: aglomerações aumentam risco de covid e é preciso estar com a vacinação em dia

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Foliões curtem o Baile Multicultural do Cordão do Boitatá, na Praça XV

Falta menos de um mês para o carnaval, umas das maiores festas populares do mundo. Nos quatro dias de manifestação cultural do nosso país, com desfiles e bloquinhos, o que não falta é aglomeração.

E, nessas situações, aumenta o risco de contaminação de doenças que são transmitidas pelo ar ou por contato com secreções contaminadas, como a Covid-19.

Mesmo o coronavírus não sendo mais uma emergência de saúde pública, a doença ainda faz vítimas e merece atenção, como alerta o médico infectologista Alexandre Naime. “Não estamos mais tendo aquele grande número de hospitalizações e óbitos, como tivemos durante os três anos da pandemia, mas ainda é uma doença que tem um impacto muito importante, principalmente para alguns grupos de risco. Ano passado, 2023, nós perdemos cerca de 20 mil pessoas, 20 mil brasileiros foram a óbito por Covid-19, então ainda temos que nos preocupar de alguma forma com essa doença”.

E, nos momentos de maior circulação e aglomeração de pessoas, como acontece durante o feriado de Carnaval, o risco de contaminação aumenta, inclusive, para quem não participa dos eventos. “A despeito de participar de festas, aglomerações, bloquinhos, qualquer tipo de festividade que seja, há que lembrar que as reuniões familiares também merecem preocupação. Muita gente que não é muito de curtir o carnaval, como o pessoal diz, acaba se reunindo com a família, indo ver o avô, a avó, a tia, e nós temos que lembrar que, no núcleo familiar, existem pessoas que podem ser de grupos mais vulneráveis, que têm mais chance de hospitalização e óbito por Covid-19”.

O infectologista Alexandre Naime lembra que a vacina continua sendo a melhor forma de proteção contra a Covid. “Não se justifica mais, por exemplo, aquelas regras que nós utilizávamos antigamente, como máscara e distanciamento social. A melhor forma de proteção hoje em dia é estar com a vacinação em dia. Principalmente, e aí vem o número 1 da preocupação, são aquelas populações de risco. Então, pessoas acima de 60 anos, pessoas que tenham alguma doença de imunossupressão ou pessoas que tenham câncer, essas pessoas têm que estar com a vacinação completamente em dia. E, mesmo que a pessoa não seja desses grupos de risco, mas que estejam com a vacinação atrasada, ainda existe a possibilidade de atualização da carteira vacinal contra a Covid-19, porque isso diminui consideravelmente o risco da pessoa mais sintomática e, tendo uma doença mais sintomática, transmitir o vírus para, eventualmente, uma pessoa de grupo de risco”.

Neste ano, a vacina contra a Covid foi incluída no calendário nacional apenas para grupos específicos. No entanto, qualquer pessoa que não completou o esquema vacinal e está com doses atrasadas, pode e deve receber o imunizante.

Vale lembrar que a vacina não garante proteção imediata – o corpo leva em torno de 14 dias para produzir anticorpos.

Por isso, pensando na folia do carnaval, se você está com a vacinação atrasada, o ideal é procurar um posto de saúde o quanto antes para atualizar a carteirinha.