Cuiabá : Emanuel Pinheiro é afastado do cargo pela segunda vez, sobre alegração organização criminosa

0
93

Cuiabá – Em um desenrolar controverso na esfera política de Mato Grosso, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), enfrenta seu segundo afastamento do cargo por alegações de liderança numa organização criminosa. O afastamento foi determinado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso após um pedido formulado em caráter sigiloso pelo Ministério Público de Mato Grosso (MP). A sentença de afastamento provém da autoridade do desembargador Luiz Ferreira da Silva.

Segundo informou o Tribunal de Justiça em comunicado oficial, o prefeito Emanuel Pinheiro dispõe de um prazo de quinze dias para apresentar um recurso perante a Turma de Câmaras Criminais Reunidas após ser devidamente notificado. Enfatiza-se que o trâmite processual está ocorrendo sob segredo de Justiça.

No âmbito das investigações, o prefeito foi indicado como o “cabeça” de um esquema que desviou verbas públicas destinadas à Saúde de Cuiabá. Neste contexto, figuram também Gilmar de Souza Cardoso, Célio Rodrigues e Milton Corrêa Costa, acusados de serem peças-chave na referida operação criminosa. A partir de um diagrama compartilhado pelo MP, observa-se que Emanuel Pinheiro seria o indivíduo que orquestra as atividades ilícitas, dando orientações a Gilmar, que cumpria a função de articulador operacional. Paralelamente, Célio e Milton são mencionados como articuladores empresariais na estruturação dessa rede.

O Ministério Público sustenta que a cadeia de comando estabelecida visava principalmente à apropriação indevida de fundos municipais. Adicionalmente, o MP destaca que após uma cuidadosa investigação, identificou-se um padrão de condutas ilícitas com objetivo único de extorquir o tesouro público, uma trama de corrupção com raízes sistêmicas e sustentação política, comprometendo a integridade do Poder Executivo Municipal e causando danos significativos ao patrimônio público.

Recorda-se que não é a primeira vez que Emanuel Pinheiro é afastado de seu posto. Em 19 de outubro de 2021, já havia sido suspenso de suas funções no contexto da Operação Capistrum, sob suspeita de utilizar contratações temporárias como instrumento de influência política junto à Câmara Municipal. Em ocasião subsequente, ele logrou retorno ao cargo após decisão favorável do próprio desembargador Luiz Ferreira.

Este novo afastamento reacende a discussão sobre a ética na gestão pública e o combate incessante à corrupção em todos os níveis governamentais.