“Cadeia é coisa de seu Pai” responde Sérgio Moro para Zeca Dirceu no X

0
54

Em um conturbado cenário político e jurídico, o senador Sérgio Moro (União-PR), figura notável da Operação Lava Jato enquanto juiz, enfrentou críticas do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), resultando em um áspero intercâmbio de farpas digitais nesta terça-feira. A controvérsia advém de recentes decisões do ministro Luís Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, que determinou o afastamento das funções da juíza Gabriela Hardt e de outros três magistrados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Zeca Dirceu, filho do ex-ministro e condenado no mensalão José Dirceu, provocou Moro em sua conta na rede social X, fazendo alusão à potencial cassação ou detenção do ex-magistrado: “Cassação ou cadeia? Ou melhor, ambas as coisas! Agora, Moro terá que explicar o inexplicável e o fará também na esfera criminal. Justiça seja feita”. Seu pai, José Dirceu, sofreu condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012, sentenceado a dez anos e dez meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Moro replicou de maneira contundente, insinuando que a familiaridade com a cadeia pertenceria ao historial do patriarca Dirceu: “cadeia é coisa do teu pai”. Esta tréplica reverbera a sentença do Ministério Público Federal (MPF) que incriminou José Dirceu como cabeça do esquema de aquisição de apoio político — o infame mensalão.

A suspensão de Gabriela Hardt, que sucedeu Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, assim como dos juízes Danilo Pereira Júnior, Carlos Eduardo Thompson Flores e Lenz Loraci Flores De Lima pelo ministro Salomão, foi uma repercussão do escrutínio de um acordo controverso de R$ 2,5 bilhões entre a Petrobrás e uma fundação sob administração dos procuradores da Lava Jato — acordo esse que foi invalidado posteriormente.

As atribulações políticas de Moro entraram no radar de Salomão, que ressaltou que a investigação das condutas do agora senador seria profundamente analisada, dado que sua carreira judicial chegou ao fim.

Na sequência dos eventos, na última segunda-feira, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revisou o afastamento de Gabriela Hardt e do juiz Danilo Pereira Júnior, reinstalando-os em suas posições. Entretanto, o órgão manteve a suspensão dos dois desembargadores, uma decisão tomada durante a sessão de julgamento da conduta dos intervenientes-chave da Operação Lava Jato, diretamente da origem da mesma: a Justiça Federal do Paraná.