Greve Nacional é declarada nas instituições federais de ensino

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No cenário educacional do país, um vívido retrato da insatisfação docente toma contornos mais definidos, à medida que professores das universidades federais, institutos federais e centros federais de educação tecnológica entram em uma greve de âmbito nacional a partir desta segunda-feira (15). As negativas reverberaram após a última oferta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, anunciada na Mesa Setorial Permanente de Negociação — um evento recente da última quinta-feira (11) — ser recebida com manifesto descontentamento.

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (Andes), porta-voz dos profissionais da área, reputou como insatisfatória a oferta do governo que implicava um reajuste salarial nulo, com incrementos pontuais em auxílios específicos; uma estratégia governamental que não alcançou o consenso necessário. Delineando claramente suas reivindicações, os docentes almejam um aumento de 22,71%, distribuídos em três anos consecutivos, além de exigências que contemplam a esfera pedagógica e institucional, como a revogação de medidas recentemente implantadas no ensino médio e na formação de docentes.

Um Comando Nacional de Greve (CNG) foi constituído nesta data emblemática, às 14h30, na sede do Andes, situada em Brasília, enquanto as repercussões da greve foram projetadas em uma audiência pública na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, pontuada para às 16h. A semana que se segue, de 16 a 18 de abril, foi convocada como o início de uma Jornada de Luta significativamente intitulada “0% de reajuste não dá!”.

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos assimilou as propostas como formalmente apresentadas, mas enfatizou o anseio em avançar nas negociações até julho. Por meio de uma nota oficial, garantiu já haver em andamento acordos pré-consensualizados em dez mesas de discussão em prol do setor educacional, e a criação de um grupo de trabalho que mira a reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE).

Na tessitura atual dos acontecimentos, os olhos estão voltados para o ápice da articulação entre os docentes e o governo federal: a possibilidade do estabelecimento de um diálogo eficaz que culmine em acordos que não apenas estanquem a greve, mas que também refletirão o valor atribuído à educação na nação.

Foto: José Cruz/Agência Brasil