Presidente do Grêmio, pede que CBF de uma pausa no Basileirão, para não prejudicar times gaúchos

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Em um verdadeiro ato de humanidade diante da devastação, o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, exprimiu um sentimento misto de indignação e solidariedade frente à tragédia que devastou o Estado do Rio Grande do Sul. Guerra criticou vehementemente a decisão de continuar com o Campeonato Brasileiro mesmo com o cenário catastrófico que assola as comunidades gaúchas. “Preocupação é salvar vidas,” enfatizou o dirigente, cujas palavras reverberaram o estado de emergência que se apoderou do estado.

As enchentes severas levaram a CBF a suspender temporariamente os confrontos dos clubes gaúchos — Grêmio, Internacional e Juventude — por um período de 20 dias. A crise gerou uma onda de solidariedade entre os clubes do país, muitos dos quais ofereceram suas instalações como apoio. No entanto, Guerra descartou a possibilidade de considerar tal ajuda, sublinhando as perdas humanas e materiais profundas vivenciadas por membros da comunidade do futebol. “Não tem como pensar em futebol neste momento. Temos jogadores que perderam suas casas, funcionários dos clubes resgatados por helicópteros nos telhados de suas residências,” detalhou ele, em uma entrevista concedida ao Sportv.

A postura de Guerra refletiu o descompasso entre algumas lideranças do futebol brasileiro sobre como agir frente ao desastre. Ele argumentou que o torneio deveria ser pausado, pelo menos por uma ou duas rodadas, uma medida apenas parcialmente aceita entre os presidentes dos clubes nacionais.

Adicionalmente, a CBF resolveu adiar os jogos dos clubes gaúchos até o dia 27 de maio, enquanto a Conmebol suspendeu a próxima partida da Libertadores contra o Estudiantes. As adversidades logísticas também se exacerbaram com a paralisação das operações no aeroporto Salgado Filho até o dia 30 de maio, complicando ainda mais os já tumultuados planos.

No meio deste caos, a amarga rivalidade histórica entre os clubes do Sul foi colocada de lado em um espírito de cooperação e solidariedade. “Tenho falado muito com Alessandro Barcelos (presidente do Internacional), o próprio Fábio Pizzamiglio (presidente do Juventude). Estamos irmanados nessa mesma luta,” revelou Guerra. Ele reiterou seu compromisso em priorizar a humanidade antes do esporte, delineando um plano de ação que iniciava com o socorro imediato às vítimas, seguido por esforços humanitários e, finalmente, a reconstrução daquilo que foi perdido.

Foto: Lucas Uebel/Grêmio