“Nunca me masturbei tanto na minha vida”, diz Bruna Surfistinha

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Na última quinta-feira (16/7), a ex-garota de programa Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, deu uma entrevista exclusiva em uma live com o portal Metrópoles, na qual falou sobre novos projetos, sexo, liberdade sexual feminina e empoderamento, além de relembrar a época que se prostituiu.

“Pessoas de outras cidades sempre me questionavam sobre quando eu faria o workshop na cidade delas. Aproveitei esse momento da quarentena para adaptar o projeto ao online, assim pessoas de qualquer canto do Brasil podem participar”, contou.

Feminista, Raquel acredita que a mulher deve aprender primeiro a se dar prazer, para depois se preocupar com o prazer da parceria. O objetivo do curso, que tem previsão de lançamento para o início de agosto, é ajudar as mulheres a quebrarem possíveis bloqueios em relação à sexualidade.

“Já ouvi desabafos de mulheres que têm filhos, mas nunca atingiram um orgasmo, nem sabem o que é. Não sou psicóloga, mas com minha experiência tento ajudá-las a buscar o próprio prazer no sexo. Se satisfaça primeiro, e consequentemente o parceiro ou parceira vai sentir diferença”, orientou.

Raquel e Bruna – duas em uma

Mais conhecida pelo público como Bruna Surfistinha, Raquel defende que ela e Bruna são duas pessoas em uma só. “A Raquel não vive sem a Bruna, e a Bruna não vive sem a Raquel”, disse.

Dentre as coisas que a empresária aprendeu com a Bruna e levou como Raquel, ela destacou a coragem para buscar seu espaço, o respeito às diferenças e a bagagem em relação aos homens.

Segundo Raquel, já houve muitas ocasiões em quem ela foi “psicóloga” de clientes, e entendeu que, na maioria das vezes, homens buscam garotas de programa para realizar fantasias que não têm coragem de levar às companheiras, por considerarem falta de respeito ou pelo medo do julgamento.

“Eu falo que já fui muito ‘Bruno’. Já fui a parte ativa no sexo com muitos homens casados com mulheres, mas que tinham curiosidade e fetiche de saber como é ser penetrado. Hoje, se um parceiro disser que quer que eu faça anal nele, eu vou fazer de boa. Mas se eu não tivesse vivido isso, eu ia pirar”, relatou.

Mentora sexual?

Muito ativa nas redes sociais, Raquel é considerada pelos seguidores uma mentora sexual, e recebe centenas de dúvidas e pedidos de conselhos. Segundo ela, a maioria vem de mulheres que querem saber como apimentar a relação e com medo de perder o marido.

Em seguida, no ranking de perguntas que mais recebe, vem o “pai dos tabus” – o sexo anal. “Pessoas me procuram falando que são loucas para fazer sexo anal, mas têm medo. É hipocrisia dizer que não dói, mas dá para ser muito prazeroso. Eu perdi a virgindade com sexo anal”, relatou.

Para ajudar os seguidores que querem tentar, Raquel indica sempre posições que deem o domínio da situação para quem está sendo penetrado. “Por cima, com o parceiro deitado, de ladinho também. Assim a pessoa pode ter controle de velocidade, profundidade. Na posição de quatro, por exemplo, a pessoa não tem esse domínio”, indicou.

Empoderamento e críticas

Em meio a uma sociedade majoritariamente machista e moralista, Raquel se considera bem resolvida com sua sexualidade e seu corpo. Mas lamenta que os padrões, tanto estéticos quanto comportamentais, ainda tenham mais peso sobre as mulheres.

“A mulher que fala abertamente sobre sexo e gosta de sexo é vagabunda, é puta. O homem não. É normal um homem gostar de sexo. É como um nude, que quando um masculino vaza todo mundo elogia, mas quando é de uma mulher ela é vagabunda porque deixou vazar”, exemplificou a empresária.

Hoje Raquel garantiu lidar bem com as críticas que recebe, tanto sobre seu passado quanto sobre estar sempre falando sobre sexo. “O grande problema é que a gente tem muito fiscal da vida alheia. Muita gente cuidando da vida dos outros e pouca gente cuidando da própria”, disse.

Feminismo

Ainda que levante a bandeira feminista, Raquel concorda que alguns pensamentos seus vão de encontro com uma parte da luta feminista. Não há unanimidade, por exemplo, quando o assunto é trabalhos relacionados a sexo, como pornografia, camming e prostituição.

A ex-garota de programa compartilha da opinião de que a maior parte dos pornôs são machistas e tratam apenas do prazer masculino, mas cita as novas produtoras que estão tendo esta preocupação e defende que, se é o que a mulher quer, é sim uma forma de empoderamento.

“A minha visão de feminista é que o corpo é nosso, a gente faz o que quiser com ele. Se eu quiser me exibir para uma câmera, eu me exibo. Se eu quiser fazer sexo cobrando, eu faço. Se eu quiser fazer de graça, faço também”, opinou.

Sobre a prostituição em si, Raquel – que já defendeu a legalização e legitimação do ofício como uma profissão – mudou de ideia após participar de um vídeo do Quebrando o Tabu e conversar com mulheres que são contra.

“Eu consegui enxergar o lado delas. Nem sempre as mulheres estão ali porque querem, mas sim por sobrevivência apenas. Ouvindo todo esse lado da história, o qual eu não vivi, percebi que estava sendo egoísta. Entendi que a legalização muito mais prejudicaria do que beneficiaria as mulheres que não estão no luxo, mas sim no submundo da prostituição”, disse.

Carentena

Ao fim da entrevista, Raquel confessou fazer parte da parcela de “carenteners” que estão sofrendo com o tesão acumulado e diz que tem procurado alívio no autoprazer. “Nunca me masturbei tanto na minha vida como nessa quarentena”, desabafou.

Para quem está na mesma situação, a empresária deu a dica de escolher um contatinho só, que esteja realmente se cuidado e tendo as mesmas preocupações em relação ao contágio para se encontrar. Se for para furar a quarentena, que seja da forma mais cuidadosa possível.

Mesmo assim, ela lembra que o mais importante agora é se cuidar e cuidar de quem se ama. “Mesmo que seja difícil e que nossa vida sexual esteja parada”, finalizou.

Por Metrópoles