“Chefões do pó” usam fazenda e shows nacionais no Manso para lavagem em MT

0
72

O delegado da Polícia Federal, Lucas Vilela, revelou que uma mansão de luxo no Lago do Manso (129 km da capital) era utilizada para realização de festas e momentos de lazer dos “chefões” da organização criminosa que comandava o tráfico de drogas em Mato Grosso e outros quatro Estados. Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (11), Vilela detalhou como funcionava o esquema criminoso desmantelado pela Polícia Federal na “Operação Status”.

Segundo o delegado, o imóvel era utilizada como “fachada” para lavagem de dinheiro, com o registro de serviços de hotelaria. Inclusive, o aniversário de um dos líderes do esquema teve a realização de um show de uma dupla sertaneja famosa.

“Ela não funciona de fato. Na verdade é uma casa de campo, um lugar onde os líderes da organização criminosa costumam passar férias e terem seus momentos de lazer. Em 2017, foi realizado um aniversário nesta propriedade e contou com uma famosa dupla sertaneja”, afirmou o delegado.

Na “pousada de fachada”, os agentes da PF encontraram lanchas de alto padrão, vários jet skis e quadriciclos. Esses materiais foram apreendidos pela Polícia Federal.

Em Cuiabá, o dono da concessionária de carros de luxo “Classe A Motors”, Tairone Conde, também foi alvo das diligências. “Apesar de trabalhar efetivamente com compra e venda de veículos caros, grande parte da movimentação financeira tinha origem ilícita”, pontuou.

O esquema criminoso investigado tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” e empresas de fachada, dentre as quais havia construtoras, administradoras de imóveis, lojas de veículos de luxo, dentre outras. Segundo o delegado, além da concessionária na capital, os criminosos utilizaram duas fazendas e plantações de arroz no município de Barra de Garças (520 km de Cuiabá) para lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

Os imóveis foram avaliadas em R$ 10,5 milhões. “Elas foram adquiridas e registradas em nome de um dos funcionários de confiança da organização criminosa. Eles fizeram grandes investimentos de maquinário agrícola e reforma. Eles, aparentemente, tiveram algum prejuízo com plantação de arroz, mas nas fazendas também foram constituídas empresas em nomes de laranjas para promover a lavagem de capitais”, pontuou o delegado.

Ainda segundo o delegado, a distribuição de capitais e pagamento aos líderes eram feitos através de doleiros. “Os líderes não se aproximavam do dinheiro, que era movimentado através dos doleiros. Ele reunia as despesas e contas para depósito. Após ser autorizado ele encaminhava a despesa para a casa de câmbio”, concluiu.

 

Com Informações Folha Max