Carne bovina: demanda global segue forte e preços aquecidos

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Em relatório relativo ao primeiro trimestre de 2022, o Rabobank destaca que a demanda global por carne bovina segue firme e os preços aquecidos, em razão da oferta mais limitada. Por outro lado, as pressões de custo seguem influenciando e impactando a cadeia de fornecimento de suprimentos do setor.

Conforme o banco destaca, nos últimos dois anos, os movimentos dos preços da carne bovina no varejo foram impulsionados em grande parte pela forte demanda do consumidor e alguns choques de oferta. Em muitos casos, esse aumento foi causado pela alta procura. Com a oferta incapaz de acompanhar, criou-se um desequilíbrio no mercado e, como resultado, os preços subiram.

As crescentes pressões inflacionárias continuam a impactar a cadeia de fornecimento. Segundo o banco, os aumentos de custos serão permanentes e precisarão ser acomodados na cadeia de suprimentos. Outros são mais cíclicos e, com o tempo, esperamos que eles diminuam, de fato, podemos começar a ver algum alívio desses custos até 2022.

Pedaços de carne bovina pendurados em açougue

Foto: Governo de Rondônia

Para o banco holandês, embora o aumento nos preços da carne bovina devido à demanda possam ter aliviado algumas das pressões dos aumentos cíclicos de custos, uma maneira de manter a demanda por carne bovina e cobrir novos aumentos de custos pode ser uma tarefa mais desafiadora.

Novos aumentos nos preços trazem o risco de os consumidores substituam por outras proteínas ou que haja uma redução em seu consumo geral. “Estamos começando a ver sinais de que eles podem estar chegando ao seu limite. Mas a disposição dos consumidores em pagar pelo produto na maioria dos mercados tem sido fenomenal e, embora possa haver sinais de enfraquecimento da demanda em alguns locais, outros permanecem fortes. Talvez ainda não tenhamos chegado ao limite”, sinaliza o Rabobank.

Alguns cenários foram previstos e verificados em importantes mercados produtores de carne bovina nos primeiros meses deste ano.

América do Norte

A demanda por carne bovina permanece muito firme, embora haja um cenário ainda de aceleração na contração dos rebanhos.

Europa

Os preços da carcaça seguem firmes, embora haja uma preocupação com os sinais de aquecimento da inflação. Além disso, há agora um cenário de incerteza no mercado por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia.

China

O consumo de carne bovina no varejo segue resiliente, embora haja impactos no segmento de foodservice ainda causados pela pandemia de Covid-19. A expectativa é de que a importação de carne bovina pelos chineses seguirá forte em 2022.

Brasil

Embora a demanda doméstica por carne bovina siga enfraquecida, os preços seguem em patamares elevados. A perspectiva é de que haja um incremento das exportações neste ano.

Austrália/Nova Zelândia

Os volumes de produção de carne bovina estão se recuperando, mas os preços seguem elevados. Para a Nova Zelândia é esperado um aumento no valor das exportações de carne bovina, embora os volumes estejam recuando.

Japão

O país vem registrando uma queda nas importações de carne bovina, uma vez que os consumidores estão migrando para proteínas como a carne de frango e suína.

 

Por Canal Rural