Herdeira de André Maggi entra na Justiça para rediscutir fortuna do pai distribuída entre irmãos em MT

0
89

Carina Maggi Martins, uma das filhas de André Maggi, fundador de uma das maiores empresas exportadoras de soja do mundo, entrou com uma ação na Justiça, em Cuiabá, para rediscutir a distribuição da herança deixada por ele aos filhos.

André Maggi morreu em 2001 aos 74 anos.

A família Maggi — que foi acusada — informou, por meio da assessoria, que não irá comentar o assunto, apenas na esfera judicial.

Na ação, Martins alega que foi enganada pelos demais herdeiros sobre o real patrimônio deixado por André Maggi. Após a morte dele, foi feito um acordo entre eles sobre a repartição dos bens.

Agora, ela pretende forçar um novo acordo com eles ou mover uma ação para ser contemplada.

“Ainda, ante a natureza dos documentos solicitados, sigilosos, inclusive, a autora pretende exercer verdadeira fiscalização e devassa sobre a atividade empresarial dos requeridos”, diz parte do processo.

A juíza da 4ª Vara Cível de Cuiabá, Vandymara G. R. Paiva Zanolo, acolheu parte do pedido de Martins, mas ressaltou que as mesmas questões já foram discutidas em processos anteriores e que já transitaram em julgado.

“Não houve valoração de provas, pelo contrário, a sentença evitou nova rediscussão da matéria por via inadequada. E não resta demonstrada a necessidade, utilidade e o cabimento da presente ação de produção antecipada de provas”, afirmou na decisão.

A distribuição da herança começou a ser discutida na Justiça a partir de 2007. O caso tramitou na 2ª Vara Especializada de Família e Sucessões da Comarca de Rondonópolis, em que o processo teve a sentença sem julgamento do mérito, e transitou em julgado, em novembro de 2015.

A rediscussão proposta por Martins também se baseia no acordo extrajudicial homologado na ação de investigação de paternidade, que tramitou na 7ª Vara Cível de Rondonópolis.

Histórico

O sobrenome Maggi tornou-se notável no agronegócio brasileiro com a fundação do Grupo Amaggi, em 1977, em São Miguel do Iguaçu (PR), que nasceu com o nome de Sementes Maggi. Lucia e o marido, André, iniciaram juntos a empresa que se tornaria uma das maiores exportadoras de soja do mundo.

Dois anos depois, a companhia chegou ao Mato Grosso, que se tornou o estado-símbolo do cultivo do grão. Em 2001, após a morte de André, a viúva e mãe de cinco filhos passou a ser a principal acionista da empresa.

O grupo expandiu do simples plantio para o processamento de grãos, comercialização de insumos agrícolas, geração de energia elétrica e operações logísticas.

Em janeiro de 2022, a Amaggi ocupava a 13ª posição na lista as 100 maiores empresas do agronegócio no Brasil, também segundo a Forbes, com uma receita de R$ 23,51 bilhões. Atualmente, Lucia ocupa uma posição consultiva no Conselho de Administração da companhia.

No ano passado, a empresária Lucia Borges Maggi, de 89 anos, liderava a lista das 8 bilionárias brasileiras da revista “Forbes”, com uma fortuna estimada em US$ 6,9 bilhões, o que equivale a cerca de R$ 32,3 bilhões.

Fonte: G1mt