Copom decide nesta quarta corte dos juros básicos da economia

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Taxa Selic, em 11,75% ao ano, deve cair em 0,5 ponto percentual

Decisão do Copom sobre a Taxa Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) converge, na data de hoje, para a perspectiva de atenuar a taxa de juros básica da economia brasileira, a denominada Taxa Selic. Com a pressão elevada do câmbio norte-americano e uma conjuntura de elevadas taxas de juros nos Estados Unidos, é esperado que o Copom proceda com uma redução na Selic, situada em 11,75% ao ano, para 11,25% ao ano. Esta medida representa o quinto decréscimo consecutivo desde agosto do ano anterior, quando houve a suspensão do ciclo de aperto monetário pelo órgão.

As atas precedentes do Copom revelaram um entrosamento entre os membros do BC e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, indicando uma possível decrescência uniforme de 0,5 ponto percentual.

O documento mais atualizado, o boletim Focus, reflete um consenso no mercado financeiro, alinhando-se à prospectiva de queda de 0,5 ponto percentual na Selic, com uma previsão de término de ano em 11,25% ao ano. Tais decisões serão apresentadas formalmente pelo Copom ao término da jornada de quarta-feira.

Inflação

O subtítulo da inflação captura a atenção recente do Copom, que manifestou inquietações relativas às contas públicas. O colegiado também ilustrou preocupações acerca de uma possível aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação.

O comitê destacou incertezas mercadológicas, reflexo nas variáveis de inflação, relacionadas à eficácia governamental para implementar medidas fiscais compatíveis com o arcabouço econômico vigente. Internacionalmente, fatores como a política de juros ascendentes dos Estados Unidos e tensões geopolíticas constituem desafios adicionais para a meta de rebaixamento sustentável da Selic.

Conforme o boletim Focus, a projeção inflacionária para 2024 recuou, sugerindo um cenário dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para dezembro, influenciado pela categoria de alimentos e bebidas, o IPCA mostrou um índice de 0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), condizente com as expectativas do Focus e acumulando um índice anual de 4,62%.

Taxa Selic

A Taxa Selic, fulcral nas negociações de títulos públicos geridos pelo Tesouro Nacional, é o mecanismo preponderante do BC para manutenção da estabilidade inflacionária. O Banco Central intervém continuamente por meio de operações no mercado aberto para assegurar que a taxa se alinhe aos parâmetros estipulados.

Ajustes na Taxa Selic são mediados pela necessidade de controle da demanda, impactando diretamente nos preços por intermédio da alteração do custo do crédito e da atração à poupança, com repercussões potenciais no crescimento econômico. Outrossim, ao se diminuir a Selic, antecipa-se a redução no custo do crédito, fomentando produção e consumo, com repercussões positivas na dinâmica econômica.

O Copom se organiza bimensalmente para deliberações, com apresentações iniciais sobre as perspectivas econômicas e comportamento do mercado, seguidas pela definição da Taxa Selic.

Meta

Para o ciclo de 2024, a meta de inflação, fixada pelo CMN, é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para oscilações. O Relatório de Inflação de dezembro, publicado pelo BC, sustenta a estimativa de conclusão do IPCA em 3,5% para 2024, alinhado à meta predeterminada.