Jovem cuiabano precisa de 21 bolsas de sangue por dia e família pede doações

0
68

THAÍS BEMFICA
DO REPÓRTER MT

Thales de Oliveira Paini,17 anos, enfrenta uma batalha contra a leucemia em estágio avançado, necessitando com urgência de doações de sangue em Cuiabá. Além da leucemia, Thales é portador da Síndrome de Down.

Edlaine Lúcia Soares de Oliveira, mãe de Thales contou que o diagnóstico veio no final do ano durante uma viagem de férias da família.

“Nós passamos uma semana de férias e dia 26 ele adoeceu. Teve náuseas, dor de barriga, vômito. Nós tínhamos ido para Nova Mutum, para ele almoçar na casa dos avós e de lá nós levamos no hospital. Só que quando fez o hemograma, identificaram que ele estava com 35 mil de plaquetas só. Como estávamos em uma cidade pequena, decidimos voltar para Cuiabá e procurar atendimento. Internamos ele primeiro na UTI do Santa Rosa. Lá as plaquetas dele foram caindo e chegou até 8 mil. Foi quando o oncologista determinou a doação de plaquetas e colheu a medula dele. E nesse primeiro exame já deu a leucemia mileoide, que é comum na síndrome de Down”, conta. 

Foram 18 dias na Unidade de Terapia Intensiva. “Quando está com a plaqueta muito baixa, sangram as mucosas. Aí sangrava o olho, vomitava saia um pouco de sangue. Iniciamos a primeira campanha. No dia 30 ele foi transferido para o Hospital Femina, para a UTI e conseguimos cerca de 110 pessoas, 96 tinha dado certo”, relembra. Ainda assim, Edlaine conta que as plaquetas tem validade muito curta, por isso as doações são constantemente necessárias.

Segundo a mãe, os médicos já analisam a possibilidade de realização de uma aférese, um tipo de transfusão em que após a doação, são colidas as plaquetas e o sangue retorna ao paciente, uma vez que Thales precisa de 21 bolsas de sangue diariamente em seu tratamento e as transfusões acarretam em reações. “Ela (aférese) é mais eficiente, porque cada pessoa rende sete bolsas. E como ele tem que tomar 21 bolsas por dia, duas pessoas já seriam 14 bolsas. Porque ele tem reação. Acontece que quando você recebe sangue de diversas pessoas, o seu corpo, pra reconhecer aquilo, dá febre. E quando ele toma aférise, as plaquetas aumentam muito com menos reação”, explicou.

Cheio de sonhos e aspirações, ele não deixa de se dedicar a suas paixões: a fé e a música. Apesar de todos os problemas, Thales atua como acólito na Igreja São João Bosco, onde a família frequenta e desfruta boa parte de seu tempo tocando bateria com habilidade.“Ele toca já há 5 anos, inclusive ele já tocou com o Felipe Ferrari, e direto ele toca nos shows de uma amigo dele que é baterista”, contou. Edlaine destacou que o talento do filho fez com que o professor de música  escolhesse Thales para ser mentor de música de outras crianças com Síndrome de Down.  

Exemplo de superação, o jovem trabalha na Fiagril como assistente administrativo desde fevereiro de 2023 e faz comerciais para diversas instituições e marcas. “Ele já fez comercial da Águas Lebinhas e agora nos 40 anos vai aparecer. Ele também já fez comerciais internos da Fiemt e do Sesi”, expôs. 

Como Thales precisa passar por cinco ciclos de quimioterapia, em 9 meses de tratamento, a necessidade por doações serão frequentes. E sem conseguir suprir a necessidade do jovem, Edlaine conta com a ajuda de doadores para manter as bolsas necessárias para continuar o tratamento do filho. Um gesto solidário de amor ao próximo pode fazer toda a diferença na vida de Thales e de muitos outros pacientes em situações semelhantes.

As doações podem ser feitas no Banco de Sangue Hemosan, anexo ao Hospital Santa Helena de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30.

Para doar basta ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 kg, ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas, estar alimentado e apresentar um documento oficial com foto. Não podem fazer doações pessoas resfriadas, no período pos parto ou amamentando, que ingeriram bebida alcoólica nas últimas 12 horas, tenham feito tatuagem recentemente.